1. Distribuidor de água benta operado por moedas
A primeira máquina de venda automática, inventada no século I d.C. por Heron (também conhecido como o Herói de Alexandria), funcionava mais ou menos como a descarga de um vaso sanitário.
Ao dar descarga, você pressiona uma alavanca que está ligada a uma viga no interior do tanque, levantando assim o lado oposto dela. O lado que é levantado está ligado a uma corrente, que segura um tampão na parte inferior. Quando a barra levanta, o tampão é puxado para fora do buraco no fundo do tanque e a água é afunilada para dentro da bacia.
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Na máquina de venda de Heron, uma moeda era inserida em uma fenda, e caía em uma extremidade da viga – funcionando como a alavanca que era pressionada para puxar a descarga. No entanto, ao invés de água, o recipiente estava cheio de água benta. A viga era elevada, levantando o tampão do orifício na extremidade receptora do distribuidor, e o cliente recebia uma medida pré-determinada de água benta.
John Humphrey, professor de estudos gregos e romanos na Universidade de Calgary, que estudou tecnologia antiga, explicou à Revista Smithsonian a razão pela qual era necessário tal dispositivo para regular a distribuição de água benta: “As pessoas estavam adquirindo mais água benta do que estavam pagando.”
2. Suporte automovente, 100 d.C.
Outra invenção da mente criativa de Heron foi o suporte automovente utilizado em teatros antigos. Ele podia carregar fantoches no palco, por exemplo. Heron era fascinado por autômatos (máquinas auto-operantes). Ele criou outros que faziam portas abrirem e fecharem sozinhas, ou faziam figuras mecânicas realizarem várias ações.
Parte de seu suporte automovente funcionava como uma ampulheta. Um compartimento superior era preenchido com areia, que escorria para um compartimento inferior. No compartimento do topo, um peso, um tijolo denso por exemplo, repousava em cima da areia. À medida que a areia deixava o compartimento, o tijolo afundava mais. Cordas amarradas ao tijolo eram conectadas, através de engrenagens, a rodas na parte inferior do suporte.
À medida que a areia escorria, o tijolo afundava, as cordas eram puxadas pelo peso do tijolo afundando, e as rodas moviam-se com as cordas que puxavam.
Pode-se ver uma réplica do dispositivo, construída por estudantes da Smith College em Massachussets, no site da faculdade.
3. Antigo dispositivo decodificador grego, século V a.C.
O cientista militar grego Enéas, o Tático, desenvolveu um dispositivo para comunicação que usava códigos praticamente impossíveis de serem decifrados por um forasteiro.
Ambas as partes (dois exércitos a alguma distância, por exemplo), tinham um jarro de barro de tamanho idêntico, com um buraco no fundo de cada um, também de tamanho idêntico. Os buracos eram fechados e os frascos enchidos com água.
Em seu interior, uma placa plana flutuava sobre a água, e uma haste com números, parecida com uma régua, ficava encaixada na placa.
Um homem responsável por dar o sinal, acendia uma tocha e avisava o outro. Este era o sinal para liberar o plugue. Ambas as partes puxavam simultaneamente os plugues nos respectivos frascos, quando a tocha era acesa, permitindo que a água começasse a extravasar ao mesmo tempo. À medida que a água escorria pelo buraco, a placa afundava junto com a haste numerada.
O lado que havia enviado o sinal acendia a tocha novamente, e nesse preciso momento ambos os lados inseriam os plugues de volta nos buracos. Ambos os frascos tinham, assim, a mesma quantidade de água neles, deixando o mesmo número na haste na borda do frasco.
Cada número tinha um significado pré-determinado, como “os reforços estão aqui”, ou “ataque ao amanhecer”.