Israel é um centro internacional para o estudo de organismos geneticamente modificados (OGM), mas os OGM só podem ser cultivados para fins de pesquisa e sob muitas restrições.
É permitida a venda e o uso de organismos geneticamente modificados (OGM), embora não possam ser cultivados comercialmente no país. Os OGM são amplamente utilizados na indústria farmacêutica, tal como em muitos outros países. Mais de 80% da soja e de produtos à base de canola, assim como fórmulas para bebês, incluem elementos transgênicos.
Não existem requisitos para a rotulagem de OGM em Israel, por isso, a maioria dos israelenses não estão cientes de estar comprando alimentos transgênicos. Organizações ambientalistas locais e internacionais estão preocupadas com a falta de rotulagem e estão pressionando ativamente para que a legislação do Knesset (Parlamento israelense) resolva o problema.
A pesquisa agrícola está bem desenvolvida em Israel. Universidades estão amplamente envolvidas em projetos de pesquisa financiados pelo governo local, governos internacionais e fundações. No entanto, os resultados das pesquisas não podem ser testados em grande escala, nem implementados em Israel, devido a restrições locais sobre cultivos GM.
Pesquisa sobre cultivos GM
O Ministério da Agricultura israelense regulamenta as pesquisas de OGM para reduzir a contaminação das culturas não-GM. Um detalhado plano de investigação deve acompanhar cada aplicação para cultivo experimental de plantas geneticamente modificadas e seus microorganismos associados em laboratório.
O Dr. Yihiam Zeltz estuda os OGM na organização de pesquisa agrícola Volcani Center. Ele explicou que a pesquisa de OGM pode ser realizada apenas em estufas ou em campos abertos, longe das zonas agrícolas. A maior parte das pesquisas realizadas em plantas geneticamente modificadas inclui a melhoria e desenvolvimento da resistência das plantas às pragas, doenças e herbicidas. Mas a pesquisa só pode chegar a termo e ser “prova de conceito” graças aos regulamentos.
Devido à extensão do cultivo de tomate em Israel, os pesquisadores estão desenvolvendo variedades de tomate resistentes a vírus e sem sementes, embora a curto prazo esta pesquisa não vá ajudar os produtores locais. Uma pesquisa recente realizada pelo Dr. Zeltz envolve a fusão de genes para afetar a quantidade de gordura insaturada em plantas. Muitos pesquisadores em Israel são a favor dos OGM.
Ameaça à biodiversidade
Os movimentos ambientalistas em Israel contra os transgênicos dizem que as sementes geneticamente modificadas produzem culturas estéreis, de modo que a polinização cruzada com plantas silvestres poderia trazer rápida extinção de variedades.
Israel tem um clima diversificado desde as altas e verdes montanhas do norte até os desertos do sul, e sua flora é uma das mais diversificadas do mundo. Zeltz disse que as plantas GM são muito fracas e “estragadas”.
“Elas precisam de água e fertilizantes, e morrem sob condições naturais, não são como as plantas silvestres que são suficientemente fortes para superar até mesmo a seca”, disse ele. Zeltz não se preocupa com a contaminação cruzada, pois acredita que as culturas silvestres resistirão aos OGM.
Produtos “kosher” geneticamente modificados?
A questão de saber se os produtos, incluindo os OGM, são kosher ou não é controverso, não só em Israel, mas também entre as comunidades judaicas do mundo. A questão dos alimentos kosher entre os judeus não diz respeito só à carne mas também aos legumes.
A autoridade religiosa kashrut em Israel decidiu que a engenharia genética “não afeta o status kosher”, porque o material genético é “microscópico”. Mas há grupos judeus que discutem esta decisão e consideram os OGM uma violação da proibição bíblica contra a miscigenação “kilaim”, tanto na agricultura quanto na pecuária.
Aqueles que acreditam que os produtos geneticamente modificados não podem ser rotulados como kosher citam o respeitado cabalista do século 13, o rabino Moshe ben Nachman (conhecido como “Rambam”), que disse que a humanidade não deve perturbar a natureza fundamental da criação.
‘Certificadores de Alimentos Naturais’ (NFC) anunciou em abril de 2013 que seu Programa de Certificação Kosher não aceitará mais pedidos de produtos que contenham OGM.