Tráfico humano na China e Rússia resulta em sanções

21/06/2013 15:12 Atualizado: 21/06/2013 15:12
Cartas com detalhes de 27 crianças desaparecidas são exibidas em 2007 em Pequim, China. A campanha foi desenvolvida por Shen Hao, fundador de um site sobre pessoas desaparecidas, para divulgar as informações em áreas notórias pelo tráfico infantil. A China faz parte da lista de países com maior tráfico humano (China Photos/Getty Images)

O governo dos EUA comparou o tráfico de pessoas na China e na Rússia com países como a Síria e a Coreia do Norte na quarta-feira. O relatório anual norte-americano sobre o tráfico de pessoas rebaixou a China e a Rússia do nível 2 na lista de vigilância para o nível 3, nivelando estes países com a Coreia do Norte, Cuba, Sudão, Irã e Zimbábue.

De acordo com a definição do Departamento de Estado dos EUA, o tráfico humano é usado como um termo genérico que inclui tráfico sexual, trabalho forçado infantil, crianças-soldados, servidão por dívida e servidão doméstica involuntária. Para determinar a classificação de cada país, agências e diplomatas norte-americanos investigam a aplicação dos direitos humanos e consideram os esforços de cada país na proteção de seus cidadãos contra abusos.

A política do filho único da China cria desequilíbrios de gênero que resultam em inúmeras mulheres vítimas do tráfico, segundo o relatório dos EUA. O documento também mencionou os campos de trabalhos forçados chineses, chamados “laogai”, que forçam dissidentes e prisioneiros da consciência a trabalharem em condições extremas, onde são explorados por dinheiro.

A mudando de um país do nível 2 para 3 deveria ser um alerta para a ação, segundo o secretário de Estado John Kerry. Ele afirmou que os países listados como nível 3 teriam duas vezes mais propensão a tomar medidas para eliminar o tráfico humano.

Mais do que apenas um alerta, o novo status também significa sanções contra ambos os países. Os EUA podem suspender a ajuda externa não-comerciais e não-humanitária e recusar qualquer tipo de assistência oferecida pelo Fundo Monetário Internacional ou o Banco Mundial.

Kerry classificou o tráfico como “escravidão moderna” e um problema que “pensávamos ter resolvido há muito tempo”, numa conferência ao vivo em 19 de junho. De 27 milhões de pessoas traficadas, apenas 46 mil casos vieram à tona.

As relações bilaterais podem ser prejudicadas pela mudança de status. O presidente norte-americano Barack Obama encontrou-se recentemente com o líder chinês Xi Jinping para conversações no início desse mês e com o líder russo Vladimir Putin na Cimeira do G8 em 17 de junho.

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