O trabalho escravo por trás das exportações chinesas

24/02/2014 14:54 Atualizado: 24/02/2014 14:54

Pessoas de todo o mundo geralmente gostam de usar luzes coloridas para iluminar as festas do Natal, do Ano Novo e outras ocasiões especiais. No entanto, a maioria das pessoas provavelmente não está ciente de como esses itens são produzidos: frequentemente feitos à mão por detentos do Presídio Taiyuan, na província de Shanxi, onde praticantes do Falun Gong e outros são submetidos a trabalho escravo diário.

Trabalho escravo

Acompanhando diversos “empresários” do Sul da China, o Presídio Taiyuan, no início de 2013, bolou um plano de longo prazo: forçar todos os seus detentos, incluindo prisioneiros de consciência do Falun Gong, a produzirem cordões de luzes para exportação para Malásia, Austrália e outros países.

A carga de trabalho de cada pessoa foi aumentada de 100 cordões de luzes por dia para 600 cordões. A linha de montagem consistia em várias etapas, incluindo a conexão de filamentos, estiramento de linhas, inserção de lâmpadas, confecção de conectores etc. Com o aumento da carga de trabalho, a maioria dos detentos não foi capaz de suportar.

Todos os detentos no Presídio Taiyuan foram forçados a se levantar às 6h e começar a trabalhar imediatamente após o café da manhã. Muitos continuavam a trabalhar mesmo quando estavam no banheiro, para cumprir suas cotas diárias.

O almoço era servido às 11h e os detentos continuavam a trabalhar na fila do almoço. Muitas vezes, eles não tinham tempo sequer para lavar as mãos antes de comer. Alguns não tinham tempo para comer toda a refeição e continuavam trabalhando enquanto comiam. Quem comesse lentamente era repreendido por frear a linha de produção.

Os detentos não tinham qualquer brecha para descanso, mesmo no calor escaldante do verão. Eles eram obrigados a continuar a trabalhar depois do jantar e muitas vezes tinham de levar seu trabalho para a cama a fim de satisfazer a meta.

Lucro acima de tudo

Depois de trabalhar desta forma por vários meses, os dedos dos detentos ficaram deformados e com bolhas disformes. Frequentemente, eles tinham câimbras nos dedos e braços, e sentiam suas mãos dormentes e doloridas. A dor geralmente afetava sua capacidade de dormir à noite.

A visão dos detentos também foi danificada de tanto conectarem os filamentos finos por longos períodos de tempo sem parar. Comumente, eles se sentiam fracos e adoecidos.

Embora as pessoas trabalhassem duro, a maioria não conseguia atingir sua quota. Como resultado, eles eram repreendidos, xingados, insultados, forçados a ficar de pé por longos períodos, penalizados com trabalho adicional e até mesmo multados pelos encarregados da produção. Ao monitorarem os detentos, os guardas repreendiam aqueles que consideravam “preguiçosos” e constantemente pediam a todos que trabalhassem mais para obter mais lucro.

Segundo a mentalidade do sistema prisional local, todo detento deve trabalhar cada minuto enquanto ainda estiver vivo. Assim, logicamente, o centro de detenção pode maximizar o lucro, aproveitando o trabalho escravo e sacrificando a saúde dos detentos.

Esta matéria foi originalmente publicada pelo Mingui.org