Trabalhadores venezuelanos marcham divididos em meio à convulsão

03/05/2013 16:25 Atualizado: 06/05/2013 14:23
Eles acusam o governo de demitir todos os trabalhadores que simpatizam com a oposição
Trabalhadores na Venezuela marcham em 1º de maio de 2013 (Leo Ramirez/AFP/Getty Images)

Após o incidente embaraçoso na Assembleia Nacional (AN), onde parlamentares da oposição foram atacados por deputados chavistas, os trabalhadores venezuelanos saíram às ruas no “Dia do Trabalho”, aos trancos e barrancos. Ambos os setores anunciaram novas manifestações.

Por um lado, chavistas defendem a revolução e, por outro, os opositores do governo exigem aumento salarial de 40% e se expressam em protesto pelos contratos coletivos e outras medidas tomadas pelo governo oficialista.

“Hoje, no Dia do Trabalhador (quarta-feira), a Venezuela se mobiliza por seus direitos. Hoje, também lembremos os milhões de desempregados. Aos funcionários públicos que agora são forçados a marchar sob a ameaça de demissão, paciência para todos!”, escreveu Henrique Capriles na rede social Twitter.

Maduro respondeu dando um aumento salarial de 20%. Este aumento vem em meio a denúncias que indicam a demissão de funcionários públicos que votaram a favor da oposição.

A Confederação Geral dos Trabalhadores da Venezuela (CGT) anunciou que denunciará à Organização Internacional do Trabalho (OIT) o assédio e a demissão de funcionários públicos que apoiaram a oposição nas eleições de 14 de abril, informou a Globovisión.

“ONGs, como o Fórum Penal Venezuelano, e sindicatos como a CGT e a Central Geral dos Trabalhadores da Venezuela (CTV), bem como centenas de trabalhadores que relataram demissões ilegais, estiveram presentes mostrando documentos e com toda essa documentação faremos queixa oficial em junho em Genebra, na realização da Conferência anual da OIT”, disse Maritza Chirenos, secretária-geral da CGT.

“O que está acorrendo na Venezuela é uma flagrante violação dos direitos humanos, da liberdade de associação e do direito do trabalho”, sublinhou Chirenos, segundo a Globovisión.

O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) negou que está demitindo trabalhadores, mas classificou algumas atividades como “terrorismo” e afirmou que os trabalhadores que as comprometeram devem pagar, informou Globovisión.

Na quinta-feira, o chanceler venezuelano Elias Jaua apareceu e negou que haja problemas políticos na Venezuela.

“As alegações de José Miguel Insulza [secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA)] e as vozes que o governo da Espanha e dos Estados Unidos querem apresentar ao mundo e fazerem crer que a Venezuela merece uma intervenção, são uma falácia a qual devemos aparecer e responder”, disse Jaua, segundo a AVN.

Jaua continuou observando que, “por causa da maturidade política da maioria dos venezuelanos, mesmo aqueles que fazem parte da oposição, logrou-se evitar uma crise política desejada pela direita crioula com os atos de 15 de abril, quando o candidato perdedor Capriles se recusou a reconhecer a vitória pública do presidente Nicolás Maduro”.

Carlos Salazar, porta-voz da Frente Autônoma de Defesa do Emprego, Salário, e Sindicato (FADESS) disse à Globovisión que nas próximas semanas continuará havendo manifestações de protesto público contra o governo e pediu a unificação sindical de todo o país.

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