Trabalhador chinês da Foxconn salta para a morte, diz empresa

19/06/2012 09:00 Atualizado: 19/06/2012 09:00

Trabalhadores chineses montam componentes eletrônicos numa fábrica da Foxconn, a empresa gigante da tecnologia de Taiwan, em 26 de maio, em Shenzhen, no sul da província de Guangzhou, China continental. (AFP/Getty Images)A Foxconn, empresa fabricante dos componentes da Apple, disse que um dos seus trabalhadores pulou para a morte de seu apartamento perto de uma fábrica da empresa no sudoeste da China, dois anos depois de uma onda de suicídios abalar a empresa de Taiwan e propiciar uma investigação sobre as condições de trabalho na companhia.

O trabalhador de 23 anos de sobrenome “Xie” caiu para a morte na quarta-feira de seu apartamento localizado fora da fábrica na província de Sichuan, na China, disse a Foxconn à emissora Focus Taiwan News. A empresa disse que o jovem trabalhador ingressou na empresa um mês antes e que a polícia está investigando as circunstâncias de sua morte.

“A Foxconn não tem poupado esforços na cooperação com a polícia e tem oferecido ajuda nas investigações”, disse a empresa conforme citada.

A mídia estatal oficial da China disse que o homem “caiu para a morte”, mas não entrou em detalhes sobre se foi suicídio ou não, acrescentando que a causa da morte está sendo investigada.

A Foxconn, que também é conhecida como “Hon Hai Precision Industry Company”, é a maior fabricante mundial de componentes eletrônicos e a principal fornecedora da Apple, Microsoft, Sony e outras empresas de eletrônicos de grande porte.

Um número de trabalhadores se matou em várias fábricas chinesas em 2010 e grupos de direitos humanos culparam as más condições de trabalho pelas mortes, que se assemelhariam a condições abusivas e exploratórias, incluindo condições de trabalho perigosas, condições precárias de vida para os funcionários que vivem no local e tratamento inadequado dos trabalhadores.

A Associação do Trabalho Justo norte-americana descobriu em março que houve vários problemas com a compensação de horas extras, vários riscos à saúde e a segurança, além de outras condições perigosas de trabalho.

Desde os suicídios, a empresa disse que faria esforços para melhorar as condições de trabalho, enquanto a Apple, no mês passado, disse que dividiria os custos iniciais para ajudar com o processo.

A fábrica de Chengdu emprega aproximadamente 120 mil trabalhadores que fazem monitores de cristal líquido (LCD) para iPhones da Apple.

Cerca de dez dias atrás, centenas de trabalhadores se revoltaram na fábrica, segundo um relatório do website dissidente Mohilua. Dezenas de pessoas foram detidas no incidente e relatos disseram que os manifestantes jogaram garrafas de cerveja, latas de lixo, cadeiras e outros objetos, além de danificar a propriedade.

Estima-se que entre cem e alguns milhares de pessoas participaram no tumulto. Várias centenas de policiais foram mobilizados para o local para acabar com a perturbação.

Em junho passado, várias pessoas também foram mortas numa explosão nas instalações da Foxconn em Chengdu.