Tortura sexual praticada em campos de trabalho forçado na China

30/04/2013 19:16 Atualizado: 30/04/2013 19:16
Uma linoleogravura de uma praticante do Falun Gong retrata uma cena em Masanjia em outubro de 2000, quando 18 mulheres praticantes do Falun Gong foram despidas e jogadas em celas com criminosos masculinos (Centro de Informação do Falun Dafa)

Num relatório de 2001, o relator especial da ONU sobre a violência contra as mulheres disse: “Em outubro de 2000, guardas prisionais no Campo de Trabalho Masanjia em Shenyang, província de Liaoning, teriam despido 18 mulheres praticantes do Falun Dafa [também conhecido como Falun Gong] e as jogado em celas com criminosos condenados do sexo masculino.”

De acordo com fontes do Falun Gong, essas 18 mulheres foram brutalmente violentadas. Após o estupro, os oficiais de Masanjia recusaram-se a permitir visitas às vítimas e oficiais do campo tentaram encobrir o crime.

O abuso sexual tem sido uma constante no repertório de torturas desenvolvido em Masanjia para forçar praticantes do Falun Gong a desistirem de suas crenças espirituais.

De acordo com o relator especial da ONU, “bastões elétricos são usados para eletrocutar os seios e os órgãos genitais dos praticantes” no Campo de Trabalho Masanjia.

Em Masanjia e outros campos de trabalho, os bastões eléctricos, que têm carga de milhares de volts, são inseridos na vagina, no interior do ânus, na boca e sobre os seios, bem como em outras partes do corpo, segundo fontes do Falun Gong.

Num destes incidentes brutais no início de 2003, Wang Yunjie foi eletrocutada por horas em ambos os seios, segundo um relato no website Minghui. Fotos mostram seus seios com feridas abertas devido à tortura.

Julgando que ela morria, o Campo liberou Wang Yunjie. Em 2006, ela faleceu como resultado da tortura que sofreu.

Outros meios mais grosseiros do que os bastões elétricos também são utilizados.

Li Huiying era uma juíza em Dalian, uma cidade costeira da China, quando foi condenada a um campo de trabalho por sua crença no Falun Gong e chegou a Masanjia em algum momento de 2005.

Ela relata praticantes femininas sendo violadas sexualmente com uma haste quebrada e denteada e com uma garrafa de cerveja quebrada.

Mulheres em Masanjia foram obrigadas a ficarem nus no frio e eram frequentemente despidas para serem torturadas, mas também eram humilhadas quando forçadas a ficarem nus diante de câmeras de vídeo.

“O abuso sexual não gera somente dor física, mas também vergonha e horror que pode durar indefinidamente”, disse o Dr. Jingduan Yang, um psiquiatra na Filadélfia, EUA. “É o trauma mais prejudicial para a saúde mental e a autoestima de uma pessoa.”

Ele diz que o objetivo do abuso sexual nos campos de trabalho é quebrar o sistema de crenças do indivíduo.

Em sua prática médica, ele tem visto o estrago que essa prática hedionda faz.

“Uma paciente tinha medo de pessoas que permanecessem de pé atrás dela, porque ela foi surpreendida por trás e sequestrada”, disse Jingduan Yang. “Toda vez que ela ouve um som agudo, lhe vem à mente os gritos de dor de colegas praticantes do Falun Gong.”

Essas vítimas podem sofrer de “dor neurológica e musculoesquelética severas, cólicas agudas, ansiedade grave, depressão, insônia, evasão, pesadelos, ataques de pânico e flashbacks”, disse Jingduan Yang.

Em 2005, o advogado de direitos humanos Gao Zhisheng realizou sua própria investigação sobre a perseguição ao Falun Gong e descobriu que praticantes eram rotineiramente submetidos à tortura sexual.

Numa carta aberta aos líderes do Partido Comunista Chinês, ele escreveu, “Quase todos os órgãos genitais e seios das mulheres e cada órgão genital de homens foi agredido sexualmente durante a perseguição da forma mais vulgar. […] Nenhuma linguagem ou palavras poderiam descrever ou recriar a vulgaridade e a imoralidade do nosso governo a esse respeito. Quem com um mínimo de consciência poderia se dar ao luxo de ficar em silêncio quando confrontado com tais verdades?”

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