Tortura: restringir alimentação e uso do banheiro para prisioneiros de consciência

12/12/2014 06:00 Atualizado: 10/12/2014 11:27

Alguns métodos de tortura usados contra os praticantes de Falun Gong pelos oficiais do Partido Comunista Chinês não são visíveis. Restringir as necessidades mais básicas de uma pessoa – comer e usar o banheiro – são dois exemplos.

Refeições tem que ser terminadas em minutos

Praticantes detidos no Campo de Trabalho Forçado na província de Heilongjiang são obrigados a terminar suas refeições em 5 minutos. Sem tempo suficiente para mastigar a comida, eles tem que engolir tudo o mais rápido que puderem.

A tortura é utilizada na Prisão Feminina de Tianjing.

Enquanto a sra. Liu Xiuchun, uma professora do ensino médio aposentada de 72 anos, estava cumprindo cinco anos de sentença por sustentar sua crença, ela tinha apenas dois minutos para terminar sua refeição. Assim que o som do cronômetro tocasse, o guarda Ni Yaping imediatamente jogava fora o restante do alimento da sua tigela.

A sra. Liu perdeu 15 dentes em cinco anos. Ela também perdeu quase todo seu cabelo por causa da desnutrição.

Comparada à situação na Prisão de Wumaping na província de Sichuan, entretanto, dois minutos para a refeição não foi o pior.

Na Prisão de Wumaping, os praticantes eram forçados a sentarem-se no chão com ambas as pernas cruzadas e inclinar para frente para pegar o alimento da tigela diretamente com a boca como se fossem animais. Segurar ou tocar a tigela com as mãos era proibido. Um guarda ficava de pé próximo ao praticante e contava de 1 a 20. Quando chegasse a 20, o praticante não poderia comer mais.

Uso restringido do banheiro

O sr. Zhao Yu´an, enquanto estava detido na Prisão Hulan na província de Heilongjiang tinha apenas três minutos e um pedacinho de jornal (do tamanho de um guardanapo) quando precisava usar o banheiro. Tendo terminado ou não, ele tinha que deixar o banheiro tão logo o tempo acabasse.

Para humilhar os praticantes, alguns detentos que eram designados para vigiá-los no Centro de Detenção nº 1 da província de Heilongjiang costumavam reduzir ainda mais o tempo. Eles aguardavam ali olhando para seus relógios, para chutar e bater no praticante que não terminasse de usar o banheiro em dois minutos e meio.

No Campo de Trabalho Forçado de Huayuan, o tempo designado para o praticante usar o banheiro foi reduzido ainda mais, para dois minutos. Se o praticante não pudesse terminar a tempo, tinha que segurar.

A sr. Zhou Zaitian, um médico da cidade de Sanhe, província de Hebei foi aprisionado num centro de detenção em abril de 2007. Ele sofreu múltiplas torturas lá. Uma das torturas foi a restrição do tempo para usar o banheiro. O guarda contava de 1 a 100 bem rápido e, assim que terminava, o sr. Zhou tinha que deixar o banheiro imediatamente.

A sra. Liu Lirong, uma professora universitária da cidade de Huaihai, província de Jiangsu, relatou que enquanto estava detida na Prisão Feminina de Jiangsu em janeiro de 2011, 280 pessoas tinham que dividir 10 banheiros e terminar de usá-los em 20 minutos. A média de tempo para cada praticante era de 30 segundos.