Uma senhora de 72 anos ser atropelada por um táxi seria um empecilho forte o suficiente para alguns. Mas a Sra. Lin, uma praticante do Falun Gong que se posiciona diante da embaixada chinesa em Bangkok, Tailândia, quase todo dia desde 2005, não pensou muito a respeito. Após suas pernas se recuperarem, ela logo estava de volta no local.
Ela tem sido assediada, espancada e teve sua faixa de protesto repetidamente roubada, mas ainda assim ela volta.
A Sra. Lin, originalmente de Taiwan, é uma adepta do Falun Gong, uma prática espiritual que consiste de exercícios suaves e meditação e dos ensinamentos de verdade, compaixão e tolerância. A prática tem sido perseguida na China desde 1999 e esta perseguição é o alvo dos protestos da Sra. Lin.
Suas faixas parecem ter deixado a embaixada chinesa em Bangkok bastante nervosa. Em agosto do ano passado, um táxi a atingiu, aparentemente de propósito, enquanto ela estava sentada no chão meditando, ferindo ambas as pernas.
Algumas semanas mais tarde, um homem vestido de preto amaldiçoou a Sra. Lin e roubou sua faixa. Ele disse a ela para não colocar faixas novamente e, em seguida, saiu em disparada em sua motocicleta.
Em 7 de outubro, a Sra. Lin foi atacada outra vez por um grupo de homens que a espancaram com um tubo de aço e fraturaram seu braço direito. Eles também roubaram sua faixa.
Segundo a senhora Lin, o chefe de polícia local acredita que o ataque foi realizado por agentes chineses contratados pelo Partido Comunista Chinês (PCC) para tentar silenciar sua voz de protesto. O chefe de polícia disse a Sra. Lin que tivesse cuidado e que ele investigaria o caso. A mídia da Tailândia relatou o incidente.
A Sra. Lin retomou seu protesto após se recuperar da surra. A partir 18 de julho, ela começou a exibir uma faixa ainda maior, em que se lê, “A perseguição só pode ser interrompida com a desintegração do PCC.”
Chineses defensores dos direitos humanos e praticantes do Falun Gong que conhecem a Sra. Lin a chamam de “mãe Lin”, já o Conselho de Estado da Tailândia, a polícia, a imigração e outros funcionários a chamam de “vovó Lin”.
Às vezes, quando praticantes do Falun Gong da China continental esclarecem os fatos sobre o Falun Gong em público, a polícia local, que seria subornada pela embaixada da China, assedia ou prende os praticantes. Sempre que isso acontece, a Sra. Lin fala com a polícia e ajuda a conseguir a libertação dos praticantes.
“Eu simplesmente quero fazer o que posso para parar a perseguição aos praticantes do Falun Gong na China continental”, contou a Sra. Lin ao Epoch Times, acrescentando que os praticantes do Falun Gong locais também estão fazendo o mesmo.
Ela disse que, embora o assédio e as ameaças tenham-na desencorajado de vez em quando, sua família e cidadãos da Tailândia que entendem apoiam seus contínuos esforços.
Durante o verão, em julho, quando chuvas ferozes caem frequentemente, a população local muitas vezes para para lhe dar bebidas frias; motoristas de ônibus que a conhecem também a deixam em frente a localização de sua faixa para que ela não tenha de andar; e alguns moradores param seus carros e dizem coisas como, “Verdade, Compaixão, Tolerância é bom; a Tailândia precisa de Verdade, Compaixão e Tolerância.”
Uma praticante do Falun Gong da China continental, que atualmente está refugiada em Taiwan, falou sobre a Sra. Lin sob a condição de anonimato para proteger sua família que ainda está na China. Ela disse, “Eu não acho que o clima quente seja o maior fator, a coisa mais difícil para uma senhora de idade é enfrentar o portão de metal da embaixada da China e o todo o aparato do regime comunista chinês […] uma pessoa ser tão poderosa em seu interior é verdadeiramente admirável.”
Quando ela anda por lugares diferentes, às vezes, as pessoas a reconhecem e dizem, “Eu sei quem é você. Você é a vovó que sempre se senta na frente da embaixada da China.”