“As conclusões desta pesquisa são importantes porque cerca de 6 a 10 por cento das mulheres grávidas tomam antidepressivos”, destacam os pesquisadores que analisaram as histórias clínicas de mais de 145 mil mulheres grávidas na província de Quebec, no Canadá.
O estudo foi publicado no Journal of the American Medical Association. “As diversas causas do autismo seguem incertas, mas alguns estudos têm demonstrado que o fator genético e ambiental podem ser fatores de risco”, explica a professora Anick Bérard, da Universidade de Montreal, no Centro Hospitalar Universitário Sainte-Justine, principal responsável pelo estudo.
“Nossa pesquisa permitiu estabelecer o fato de que tomar antidepressivos, especialmente aqueles que agem sobre a serotonina (um neurotransmissor) no segundo e terceiro trimestres da gravidez, quase duplica o risco de autismo em crianças”, acrescentou.
A Dra. Bérard e sua equipe acompanharam mais de 145 mil crianças, desde a concepção à idade de dez anos, bem como o uso de antidepressivos por suas mães durante a gravidez. Eles também verificaram um outro conjunto de fatores que pode contribuir para o autismo.
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Algumas pessoas com histórico familiar de autismo têm uma maior predisposição genética para a doença. A idade da mãe e a depressão também podem estar associadas ao aparecimento do autismo, e os fatores socioeconômicos, como a pobreza, podem exercer certa influência.
Na pesquisa, mais de mil crianças foram diagnosticadas com autismo aproximadamente aos 4,5 anos, ou seja, 0,72% da amostra.
A incidência de autismo entre crianças vem aumentando a cada ano: passou de 4 por 10 mil crianças em 1966, para 100 por 10 mil nos dias de hoje.