Tomar antidepressivos durante a gravidez aumenta em 87% o risco de autismo

20/12/2015 06:00 Atualizado: 20/12/2015 11:00

“As conclusões desta pesquisa são importantes porque cerca de 6 a 10 por cento das mulheres grávidas tomam antidepressivos”, destacam os pesquisadores que analisaram as histórias clínicas de mais de 145 mil mulheres grávidas na província de Quebec, no Canadá.

O estudo foi publicado no Journal of the American Medical Association. “As diversas causas do autismo seguem incertas, mas alguns estudos têm demonstrado que o fator genético e ambiental podem ser fatores de risco”, explica a professora Anick Bérard, da Universidade de Montreal, no Centro Hospitalar Universitário Sainte-Justine, principal responsável pelo estudo.

“Nossa pesquisa permitiu estabelecer o fato de que tomar antidepressivos, especialmente aqueles que agem sobre a serotonina (um neurotransmissor) no segundo e terceiro trimestres da gravidez, quase duplica o risco de autismo em crianças”, acrescentou.

A Dra. Bérard e sua equipe acompanharam mais de 145 mil crianças, desde a concepção à idade de dez anos, bem como o uso de antidepressivos por suas mães durante a gravidez. Eles também verificaram um outro conjunto de fatores que pode contribuir para o autismo.

Leia também:
Pais afirmam que óleos essenciais ajudam suas crianças autistas
Aos sete meses, bebês podem distinguir emoções na voz humana

Algumas pessoas com histórico familiar de autismo têm uma maior predisposição genética para a doença. A idade da mãe e a depressão também podem estar associadas ao aparecimento do autismo, e os fatores socioeconômicos, como a pobreza, podem exercer certa influência.

Na pesquisa, mais de mil crianças foram diagnosticadas com autismo aproximadamente aos 4,5 anos, ou seja, 0,72% da amostra.

A incidência de autismo entre crianças vem aumentando a cada ano: passou de 4 por 10 mil crianças em 1966, para 100 por 10 mil nos dias de hoje.