Tolerância responde ao ódio em São Francisco

24/07/2012 03:00 Atualizado: 24/07/2012 03:00

Derek Wang, um praticante do Falun Gong. (The Epoch Times)Praticante do Falun Gong explica por que não atacou o homem que o atingiu

Pessoas que assistiram ao vídeo em que Derek Wang de São Francisco leva dois socos na cara, se questionaram sobre a tranquila tolerância do estudante.

Por volta do meio-dia de domingo, 10 de junho, Derek estava parado na esquina das ruas Grant e Washington no bairro chinês de São Francisco. Ele e um pequeno grupo de praticantes do Falun Gong estavam lá para contar às pessoas sobre a perseguição ao Falun Gong que ocorre na China.

Alguns chineses prós-comunistas se reuniram para intimidar o grupo de praticantes. Então, um senhor idoso de chapéu se aproximou de Derek, levantou seu punho direito atrás do ombro e golpeou Derek no queixo com toda a força. Depois, o homem voltou e o atingiu novamente.

O homem jovem e muito mais alto e forte não fez nada ao velho homem que o feriu. Quando a polícia chegou, ela prendeu o agressor.

O caminho que levou Derek ao confronto no bairro chinês começou em 1997, quando ele tinha 10 anos de idade.

Ele e sua mãe foram introduzidos ao Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, por sua tia na cidade nordeste chinesa de Changchun. Naquela época, o Falun Gong era a prática de qigong mais popular na China e Changchun era a cidade natal do mestre e fundador do Falun Gong, o Sr. Li Hongzhi. Talvez por isso, o Falun Gong em Changchun seja uma cena única.

“Cada parque tinha pelo menos um local de prática. Alguns tinham dois ou três. Nosso local era considerado pequeno, mas pelo menos 200 pessoas iam lá todas as manhãs para fazer os exercícios do Falun Dafa juntos”, lembrou Wang.

O Falun Dafa é uma prática espiritual que envolve a melhoria da mente e do corpo. A prática possui cinco exercícios suaves, bem como os requisitos para ser uma boa pessoa e viver de acordo com os princípios da verdade, compaixão e tolerância.

“Desde que eu era pequeno eu sempre tive a sensação de que o sentido da nossa vida não era só para viver esta vida. Eu gostaria de saber se a vida era eterna”, disse Wang. O Falun Gong deu respostas a suas perguntas.

A vida era simples naquela época. Wang e sua mãe acordavam cedo para estar no local de prática às 6h. De vez em quando, praticantes de toda a cidade se reuniam para praticar juntos na Praça Cultural, o maior espaço aberto da cidade e a segunda maior praça em toda a China depois da Praça da Paz Celestial (Tiananmen) de Pequim.

“Tantas pessoas que a praça não era grande o suficiente para contê-las todas”, lembrou Wang.

Em 1999, o então líder chinês Jiang Zemin lançou uma campanha nacional para “erradicar” a prática do Falun Gong. Ele temia a popularidade da prática e a atratividade de seus ensinamentos morais tradicionais pelo povo chinês.

A mãe de Wang foi levada para um campo de trabalho, onde ela e muitos outros foram submetidos a intenso interrogatório e lavagem cerebral, tortura e trabalho forçado.

“Como um método de tortura, a alimentação forçada era tão comum que acho que todo praticante do Falun Gong detido lá teve que passar por isso e assim foi com minha mãe”, disse Wang. A alimentação forçada muitas vezes resultou na morte de praticantes, segundo o Centro de Informação do Falun Dafa.

No campo de trabalho, a mãe de Wang e outros detidos tinham de fazer trabalho pesado de sol a sol. Wang lembrou sua mãe comentando sobre como faziam o simbólico dinheiro de papel usado em funerais chineses, bem como pauzinhos de madeira e outros pequenos itens para exportação. Em 2001, sua mãe foi liberada.

Em 2009, ela foi novamente presa por passar materiais sobre o Falun Gong para um estranho. Ela foi espancada em um centro de detenção local, até que duas de suas costelas foram quebradas. Desta vez, a mãe de Wang estava determinada a não sacrificar vários anos de liberdade. Ela iniciou uma greve de fome. Vendo que ela estava perto da morte, o centro de detenção liberou-a depois de doze dias.

Em setembro de 2011, Derek Wang veio para a Califórnia com a intenção de seguir um curso de mestrado em artes cênicas. Ele não esperava encontrar o ódio em São Francisco que ele e sua mãe tinham sofrido na China. No entanto, ele estava preparado.

“A tolerância é um princípio fundamental no Falun Gong”, disse Derek. “É por isso que eu não revidei o soco que ele me deu.”

“Mas sua intenção não era apenas me atacar pessoalmente, mas atacar a minha crença e meu direito de praticar a minha crença, por isso eu me posiciono e falo sobre isso para que ele não tenha permissão de usar o mesmo método para atacar outras pessoas”, disse Wang, que está determinado a levar o agressor à justiça.

De residentes no bairro chinês até funcionários da delegacia, muitos são-franciscanos têm apoiado Wang. “Sou muito grato por isso”, disse ele.

“Há um pequeno grupo de pessoas no bairro chinês que foi envenenado pela propaganda do Partido Comunista Chinês [PCC]”, disse Wang. “No passado, os imigrantes chineses eram desprezados, assim, eu acho que o Partido Comunista fez a China parecer forte e suas vidas como imigrantes chineses no exterior melhores.”

“Eu gostaria de pedir a eles que viessem a nós por três minutos para lhes dizermos sobre o que é o Falun Gong e o que os praticantes do Falun Gong estão pedindo.”

“Nós apenas queremos esclarecer as mentiras que o PCC difundiu na mídia sobre o Falun Gong e lhes dizer que o PCC fez muitas coisas ruins ao povo chinês ao longo da história”, disse Wang.