Todo aquele que se intitula liberal com certeza já deve ter passado por diversas represálias e sido submetido a absurdas acusações, principalmente os que lidam em ambiente acadêmico. Diariamente, escuto ataques ao liberalismo, não só de estudantes, mas também de professores. No entanto, um em especial me chamou a atenção recentemente: a afirmação de que a liberdade que defendemos deixa à margem minorias oprimidas; mais especificamente negros e mulheres. “Liberdade para quem?”, questionava-se o autor.
Ao analisarmos a história veremos que o capitalismo laissez-faire fez mais por esses “vulneráveis” do que qualquer política estatal no mundo. Deu a essas pessoas o poder de escolha. A Revolução Industrial oportunizou o bem maior que temos: a vida. Quando a maioria morria de fome no campo e mendigava nas cidades, o empreendedorismo trouxe a possibilidade de trabalharem, colocarem comida na mesa, sustentarem-se e terem sua independência.
Há pouco tempo foram aprovados projetos de lei que implementam o sistema de cotas para mulheres na política e para negros em concursos públicos. Duas ações afirmativas com ótimas intenções, consequências desastrosas e a mesma justificativa: a igualdade. No entanto, aquele que diz lutar por igualdade está, na verdade, querendo privilégios para determinado grupo. Negociar direitos em função de raça ou sexo é uma questão muito perigosa que passa por cima de princípios constitucionais, como o da isonomia.
Ao invés de impor ações afirmativas que mais incentivam a segregação (pior ainda, a segregação por meio de leis!) do que promovem a tão desejada igualdade, por que não deixar que as pessoas escolham seus próprios caminhos? Que radicalismo há nisso? Por que a liberdade é tão temida? É ignorado o fato de que a verdadeira igualdade só se faz em um ambiente de liberdade, onde todos são iguais perante as leis e têm igual direito de fazer suas próprias escolhas e viver suas vidas como bem entenderem, sem necessidade de coerção.
A sociedade é formada, antes de tudo, por indivíduos. Aqueles que se intitulam defensores das minorias não o são verdadeiramente, pois ignoram a menor minoria existente: o indivíduo. Essas coletivizações valoram a pessoa não pelo o que ela é, mas meramente por uma característica física. O mercado não está interessado na cor da sua pele, na sua opção sexual ou mesmo no seu sexo. Escondem-se por detrás dessas falácias os verdadeiros racistas e sexistas. Quem se importa mais com coletivismo do que com indivíduos está afirmando claramente que alguns grupos são inferiores a outros e, por isso, necessitam de privilégios.
Natália Mariani é estudante de direito da UFRGS