Cerca de 60 tibetanos se puseram em chamas desde 2009 e a frequência das autoimolações apenas aumentou no ano passado. Os líderes no exílio do Tibete têm essencialmente condenado a prática, dizendo que há muito poucos tibetanos na China para sacrificarem suas vidas assim.
Lhamo Kyab, de 27 anos e pai de dois filhos, pôs-se em chamas perto do mosteiro Bora e morreu no incidente, segundo a Campanha Internacional pelo Tibete, ou ‘Save Tibet’, que citou tibetanos locais.
“As mesmas fontes disseram que a polícia tentou apagar as chamas e um homem local tirou a camisa e tentou arremessá-la sobre Lhamo Kyab, mas o fogo era muito forte”, disse o grupo de direitos. Ele gritou slogans contra o domínio chinês.
Os moradores levaram o corpo do homem para o mosteiro Bora após “alguma tensão” entre eles e as forças de segurança chinesas, acrescentou o Save Tibet.
Uma fonte tibetana não identificada disse à Rádio Free Asia que Kyab tentou correr para o mosteiro Bora, enquanto estava em chamas.
“Quando ele encontrou alguns policiais à paisana, que fingiam perambular pelo mosteiro e tentaram detê-lo, ele correu contra eles”, continuou a fonte. “Eles o evitaram.”
O mosteiro Bora foi local de protestos em massa no início deste ano, onde mais de 100 monges marcharam aos edifícios do governo local.
No domingo, o governo tibetano exilado reagiu à autoimolação de Kyab e pediu um esforço global coordenado para acabar com a crise.
“As trágicas autoimolações de tibetanos parariam somente se o governo chinês trata-se de suas queixas genuínas e de longa data e encontra-se uma solução duradoura para o problema do Tibete por meio do diálogo”, disse Kalon Dicki Chhoyang, da Administração Central Tibetana, num comunicado.
O regime chinês reforçou a segurança nas regiões tibetanas, provavelmente devido ao iminente 18º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (PCC) que verá uma mudança nos cargos de liderança do PCC. As autoridades chinesas reprimiram a dissidência em todo o país antes de seu maior conclave nacional.
O grupo de direitos Free Tibet disse que a frequência das autoimolações tem ocorrido num ritmo sem precedentes, com tibetanos protestando desta maneira há mais de 18 meses, e chamou as manifestações de “Primavera Tibetana”.
“Enquanto as notícias dos protestos e autoimolação se espalham, mais e mais tibetanos estão dispostos a arriscar serem presos por compartilhar fotos e vídeos para garantir que o mundo saiba o que está acontecendo em seu país”, disse o grupo.
Há mais forças de segurança chinesas posicionadas em áreas-chave tibetanas, incluindo Lhasa, a capital da Prefeitura Autônoma do Tibete, e centenas de pessoas foram dadas como desaparecidas ou detidas, informou o Free Tibet. As autoimolações continuarão a ocorrer a menos que o regime chinês aborde as questões dos direitos tibetanos, concluiu o grupo.
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