Um teste de laboratório publicado em 26 de junho no site do Centro pela Ciência no Interesse Público (CSPI) revelou altos níveis de uma substância cancerígena na Coca-Cola, principalmente a comercializada no Brasil, com valores 67 vezes superiores aos produtos vendidos na Califórnia.
O relatório indica que o produto químico cancerígeno 4-metiliminazol, conhecido como 4-MI ou 4-MEI, foi identificado em níveis alarmantes na bebida vendida em muitos países do mundo. Esta substância cancerígena se forma no produto “corante caramelo”, de base amoníaca, que é utilizado industrialmente pela Coca-Cola.
Altos níveis desta substância foram advertidos anteriormente pelo CSPI, após o que na Califórnia a empresa reduziu o nível para 4 microgramas de 4-MI por 355 miligramas do refrigerante, como revelou o teste do CSPI.
Autoridades da Califórnia exigiram que a Coca-Cola coloque um aviso sobre os riscos de câncer em seus produtos e produza-os com níveis de 4-MI inferiores a 3 microgramas por 355 mililitros. O aviso deve informar que há riscos reais a partir da ingestão de 30 microgramas de 4-metiliminazol por dia.
O nível da substância detectado no produto vendido no Brasil atinge 267 microgramas de 4-MI por 355 mililitros, muito mais que os quase 3 microgramas permitidos. O teste também apontou altos níveis no Quênia (177), México (147), Canadá (160), Emirados Árabes Unidos (155), Inglaterra (145) e Washington (144). Níveis mais baixos foram observados no Japão e na China, com 72 e 56 microgramas de 4-MI, respectivamente.
As reações químicas entre o açúcar e a amônia geram o 4-MI, substância que provoca câncer no pulmão, no fígado, na tireóide e leucemia, de acordo com experiências realizadas pelo Governo dos EUA, relata o CSPI.
Um importante fabricante de corante caramelo que oferece um corante totalmente livre de 4-MI relata que, por seu produto ser quatro vezes mais caro, as empresas de bebidas não estão comprando, afirma o relatório.
“Agora que sabemos que é possível eliminar quase totalmente esta substância cancerígena nas colas, não há desculpa para a Coca-Cola e outras companhias não o fazerem em todo o mundo”, conclui o relatório da CSPI.