Nem mesmo crianças são poupadas da fúria selvagem dos jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL). O avanço do grupo terrorista obrigou os Estados Unidos a atacarem o território iraquiano pela primeira vez desde a retirada das tropas, em 2011.
Execuções sumárias, decapitações, amputações e crucificações compõem um modus operandi de brutalidade incomensurável, que faz empalidecer até mesmo a violência da Al Qaeda. Ao ordenar a ação, o presidente muçulmano Barack Hussein Obama mencionou a necessidade de ajudar a minoria yazidi, que foi encurralada pelos terroristas em regiões montanhosas de Sinjar, onde estão morrendo de fome e sede. Essa minoria segue uma religião pré-islâmica que o EIIL vê como “demoníaca”.
“Crianças estão morrendo de sede, enquanto isso, o EIIL pede a destruição sistemática de toda a população yazidi, o que constituiria genocídio”, disse Obama. Em Raqqa, na Síria, o grupo expôs as cabeças de várias vítimas em postes. Em uma das gravações da selvageria postadas no YouTube, um cristão é forçado a se ajoelhar, cercado de homens mascarados que o forçam a se “converter” ao Islã. A vítima é decapitada.
Em outro vídeo, um narrador afirma que os corpos expostos são de soldados sírios. Depois de proclamarem a criação de um Estado islâmico em um vasto território entre a Síria e o Iraque, extorquindo os que quiserem “proteção”, os jihadistas divulgaram uma lista de regras para moradores da província de Nínive, no noroeste iraquiano. Algumas delas: “todo muçulmano será bem tratado, a menos que esteja aliado com opressores ou ajude criminosos”; “qualquer pessoa que roube ou saqueie enfrentará amputações”; “rivais políticos ou armados não serão tolerados”; “policiais e militares podem se arrepender, mas quem insistir em apostasia será morto”; “a lei da sharia será implementada”; “sepulturas e santuários serão destruídos”; “as mulheres são informadas de que a estabilidade está no lar e, por isso, não devem sair sem necessidade. Elas devem estar cobertas com vestes islâmicas completas”. E ainda, um “conselho”: “seja feliz por viver em uma terra islâmica”.
A maioria dos recrutados são jovens. E uma nova geração de jihadistas está sendo preparada.