Os terroristas jihadistas do Estado Islâmico (EI) que combatem para capturar a cidade síria de Kobani, na fronteira com a Turquia, avançavam rua a rua nesta quarta-feira (8), apesar da resistência das forças curdas e dos ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos.
Washington reconhece que os bombardeios, que se intensificaram nas últimas 24 horas, não serão suficientes para defender a localidade.
Inicialmente, os terroristas haviam se afastado do centro da cidade, mas a ofensiva foi retomada com força ao longo do dia.
“Apenas os ataques aéreos não vão resolver isto, não vão salvar a cidade de Kobani”, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby.
Somente tropas “qualificadas” em terra (combatentes rebeldes na Síria e forças do governo no Iraque) poderão derrotar o Estado Islâmico, destacou.
O diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, identificou avanços em direção ao centro da cidade a partir do leste.
Segundo ele, reforços do Estados Islâmico chegaram a partir da província de Raqqa (norte da Síria), sob controle do Estado Islâmico.
De acordo com a ONG, pelo menos 412 pessoas morreram nos combates. A França defendeu a ideia de uma “zona de amortecimento” entre Síria e Turquia para proteger os civis que fogem do avanço do Estado Islâmico, uma proposta apoiada pela Grã-Bretanha. O secretário de Estado americano, John Kerry, disse que Washington “não descarta a ideia”.
Os terroristas jihadistas do Estado Islâmico entraram na noite de segunda-feira em Kobani, depois de quase três semanas de combates nas proximidades do município, que fica perto da fronteira com a Turquia.
Desde então, os combates ganharam as ruas, com as YPG (Unidades de Proteção do Povo Curdo) em menor número e com menos armas em uma resistência desesperada ao avanço do grupo terrorista islamita. O barulho de morteiros e disparos podia ser ouvido a partir da fronteira turca nesta quarta-feira.
O jornalista local Mustafa Ebdi afirmou em sua conta no Facebook que “as ruas de Maqtala”, no sudeste da cidade, estão “cheias de cadáveres de combatentes do Daesh”, sigla em árabe do Estado Islâmico.
É muito difícil avaliar o número de civis que continuam na cidade. Algumas fontes relatam uma fuga total da população, enquanto outras, como Ebdi, afirmam que ainda há moradores.
Durante a noite, de acordo com Idriss Nahsen, 350 pessoas atravessaram a fronteira turca, mas os serviços de inteligência turcos os detiveram por suspeita de ligações com os rebeldes do Partido dos trabalhadores do Curdistão (PKK).
Esses civis estão em dois edifícios em uma aldeia na fronteira, e serão transferidos para prisões nas cidades de Diyarbakir e Sanliurfa.