O número de terremotos aumentou dramaticamente nos últimos anos na região central e leste dos Estados Unidos, fato que já foi relatado por geólogos em 2013. Hoje eles alertam novamente para o fato de que, em alguns lugares, estes coincidem com a injeção de águas residuais em poços profundos de eliminação, e os planos reguladores estaduais não incluem este fator.
“Grande parte dessa água residual é um subproduto do petróleo e do gás, que é tratado rotineiramente por poços de injeção projetados especificamente para esta finalidade”, disse o Serviço Nacional de Geologia (USGS) dos Estados Unidos, em 23 janeiro.
O geofísico William Ellsworth analisou a questão dos terremotos induzidos por injeção em um estudo de julho de 2013 que se concentrou sobre a injeção de fluidos em poços profundos como uma prática comum para a eliminação de águas residuais.
“Embora possa parecer ficção científica, terremotos artificiais têm sido uma realidade há décadas. Há muito que se compreendeu que os terremotos podem ser induzidos pelo represamento de água nos reservatórios, pela água de superfície e mineração subterrânea, pela extração de fluidos e gás de subterrâneo, e pela injeção de fluidos em formações subterrâneas”, relatou o USGS.
A taxa média de terremotos de três graus na escala Richter subiu para mais de 100 por ano, em média, entre 2010 e 2013, em comparação com uma média de 20 terremotos por ano, observadas entre 1970-2000.
A prática seguida pelas empresas de petróleo e gás é que a água salgada ou contaminada por produtos químicos precisa ser eliminada de uma forma que impeça a contaminação de fontes de água doce. O USGS diz que “muitas vezes é mais econômico” este método “de injeção subterrânea, bem abaixo de qualquer aquífero que abasteça a superfície com água potável.”
Em alguns casos, a água está normalmente presente em formações rochosas que contêm petróleo e gás e, por conseguinte, ela é um subproduto da produção de petróleo e gás. Em outros casos, é utilizada para estimular a circulação do petróleo e do gás dentro dos poços, disseram os geólogos.
Entretanto, nem todos os mais de 30 mil poços existentes nos Estados Unidos parecem causar terremotos, destaca o USGS em sua análise, “e além disso, as falhas geológicas que não mudaram em milhões de anos podem se mover e causar um terremoto, se as condições subterrâneas forem apropriadas.”
No caso do terremoto ocorrido em Oklahoma, de magnitude 5,6 graus na escala Richter, em 6 de novembro de 2011, as pesquisas realizadas por Cochran e seus colegas da universidade sugeriram que este terremoto foi provocado pela injeção em poços profundos de eliminação no campo Wilzetta.