Termina hoje o Simpósio Internacional de Iniciação Científica no Brasil

25/11/2011 03:00 Atualizado: 25/11/2011 03:00

Foi um evento de grande magnitude que permitiu a interação de investigadores universitários do país e do estrangeiro

PIRACICABA – 4464 investigações científicas feitas por alunos de graduação de diversas universidades do Brasil e do exterior foram reunidas no Simpósio Internacional de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo (SIICUSP) nesta semana de 21 a 25 de novembro.

A iniciação cientifica na universidade mostrou-se como uma atividade de grande importância. “A atividade de iniciação cientifica assegura grandes números de mestrado e doutorados no Brasil”, afirma Maria Aparecida Bismara Regitano d’Arcees, vice-diretora da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da USP. “O que percebemos é, avaliando o programa de Iniciação Científica, que os alunos que fazem iniciação científica, despois de formados, começam a fazer mestrado e doutorados em tempo mais curto e sem perda de qualidade”, explica Maria Inês Rocha Miritello Santoro, coordenadora do Programa de Iniciação Científica da USP.

O vice-reitor de pesquisa da USP, Marco Antônio Zago, disse que o foco da universidade é a criação de conhecimento. A comunidade de professores e alunos vive junta em torno do tema do conhecimento e isso é legado de uma geração a outra. “Este simpósio é a graduação mais importante da USP. Esta não é uma atividade para a formação de pesquisadores, mas é a melhor maneira que a universidade tem para oferecer a seus alunos a oportunidade de ensino de graduação de qualidade no qual o aluno aprende fazendo”, disse Zago.

Uma vez que os alunos aprendam o método científico, não importa no que ele vá trabalhar depois, pois ele aprendeu a resolver um problema, identificar questões relevantes, fazendo experimentos e analisando criticamente os seus próprios resultados, afirmou o vice-reitor. Do ponto de vista nacional, a ciência brasileira ainda está defasada em relação ao resto do mundo, disse o professor Gilson Volpato, da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), numa entrevista exclusiva ao Epoch Times.

Volpato atua há 25 anos nas áreas de metodologia, redação, e publicação científica. Ele estima que 80% ou mais da ciência brasileira pertencem a áreas que estão desatualizadas. Com a globalização, na década de 90, ficamos atrasados em relação ao mundo. Estas áreas desenvolveram conceitos errôneos e metodologias equivocadas, que se perpetuam, sendo transmitidas de orientadores para os alunos. Agora, você é capaz de desenvolver essas áreas, a partir de reformulações e questionamentos, mas há um atraso na ciência brasileira neste momento.

A maioria dos cientistas brasileiros ainda tem um nível inferior em relação a cientistas de países mais ricos, de melhor nível, que fazem ciência “mainstream”. A ciência pode ser melhorada no Brasil, “tanto a iniciação científica como a pós-graduação, uma vez que lhes ensinem, eles sabem como fazer. A crise não é dos alunos, mas dos professores”, disse Volpato.

Os 13 alunos da delegação estrangeira que participaram do simpósio ficaram impressionados com a magnitude do evento, por haver tantos alunos fazendo pesquisas científicas. Eles falaram sobre as semelhanças dos temas de estudo e das oportunidades de colaboração que podem ocorrer entre pesquisadores e instituições.

O estudante Drew Kaiser Enigk, da Universidade de Ohio, diz que deve haver cooperação entre professores e universitários, e é interessante atingir um nível de interação entre as partes. Ele destacou que às vezes os professores fazem pesquisa, mas não pensam nas gerações futuras.

Pierre Amatus Muhoza, estudante de Hutgers, da Universidade Estadual de Nova Jersey, nos Estados Unidos, planejava entrar em contato com um professor no simpósio que trabalha com a mesma investigação que ele, mas com diferentes plantas, sobre biocombustíveis. “Eu acho que é importante ver abordagens diferentes nas pesquisas para atacar problemas diferentes, eu acho que é uma grande oportunidade para nós”, disse Pierre em entrevista ao Epoch Times.

O simpósio ocorreu em diversos campi da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, São Carlos, Piracicaba e na cidade de São Paulo. Participaram alunos e professores representantes de 23 instituições de pesquisa nacionais e 3 internacionais, divididas em quatro áreas principais: Humanas e Humanidades, Biológicas e Saúde, Exatas e Engenharia, e Agropecuária. O website do evento é: http://www.usp.br/siicusp/