Um estudo britânico de comportamento de abelhas tem demonstrado que estes insetos podem estar seguindo regras simples para localizar as múltiplas flores em distâncias consideráveis.
Os pesquisadores estudaram como abelhas, Bombus terrestris, escolheram a rota mais eficiente para coletar néctar de cinco flores artificiais em um arranjo em formato de pentágono. ‘Transponders’ de radar minúsculos foram colados nas costas das abelhas, e uma webcam de movimento foi colocada em cada flor.
“Usando modelos matemáticos, dissecamos o processo de aprendizagem das abelhas e identificados como elas podem decifrar esta solução ideal, sem um mapa”, disse o co-autor Mathieu Lihoreau da ‘Queen Mary’, Universidade de Londres em um comunicado de imprensa. “Inicialmente, suas rotas eram longas e complexas, revisitando flores vazias várias vezes.”
“Mas, como elas ganharam experiência, as abelhas gradualmente refinaram suas rotas mediante tentativa e erro.”
Sempre que uma abelha selecionava uma nova rota, era mais provável segui-la novamente se fosse mais curta do que o caminho tentado antes. Se não, uma outra rota era testada.
“Depois de uma média de 26 vezes de polinização por abelha, o que significava que ela tentou cerca de 20 das 120 rotas possíveis, elas foram capazes de selecionar o caminho mais eficiente para visitar as flores, sem computar todas as possibilidades”, disse Lihoreau.
Este comportamento aparentemente complexo pode ser descrito matematicamente com regras muito simples. Assim, a matemática pode ser usada para avaliar o efeito de alterações ambientais sobre o comportamento das abelhas.
“A velocidade com que elas aprendem por tentativa e erro é muito extraordinário. Não se pensava que abelhas tivessem esses comportamentos complexos. Pensava-se que apenas animais com cérebros maiores eram capazes disso”, disse o co-autor Lars Chittka, também da Universidade de Londres, no comunicado.
“Curiosamente, também descobrimos que, após retirada uma flor, as abelhas continuaram a olhar esse local, mesmo que ele estivesse vazio por um longo período de tempo”, concluiu. “Parece que as abelhas não esquecem facilmente uma flor fecunda.”
O estudo foi publicado na revista ‘PLoS Biology’.