Os rebeldes sunitas estão a caminho de Bagdá, depois de se terem apoderado de extensas áreas do Noroeste do Iraque, e os Estados Unidos admitem fazer ataques aéreos para deter a ofensiva extremista. O Parlamento iraquiano reúne-se hoje (12) e, segundo fontes oficiais, deverá decretar, a pedido do governo do xiita Nuri Al Maliki, estado de emergência no país.
Os combatentes do grupo radical do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Eiil), ligado à Al Qaeda, ocuparam nos últimos dias as regiões de Siniyah e Suleimane-Bek, a província iraquiana de Nínive e parte de duas províncias vizinhas, Kirkuk e Salaheddine, incluindo a cidade de Tikrit, entretanto já retomada.
Face a essa ofensiva e à incapacidade do Exército iraquiano de contê-la, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) reúne-se a portas fechadas agora à tarde e contará com uma intervenção do enviado especial da ONU no Iraque, Nickolay Mladenov, por vídeoconferência.
Os combatentes islâmicos encontravam-se, hoje de manhã, a menos de 100 quilômetros de Bagdá, depois de terem tomado na noite anterior Dhuluiya, segundo um coronel da polícia e habitantes. Além dos territórios do Norte, os combatentes do Eiil, considerado um dos grupos “mais perigosos do mundo” pelos Estados Unidos, controlam já regiões da província ocidental de Al Anbar, incluindo a cidade de Falluja, desde janeiro.
Para deter a ofensiva islâmica, os Estados Unidos, que retiraram os seus militares do Iraque no fim de 2011, consideram várias opções, mas excluem o envio de tropas terrestres. A ajuda a Bagdá poderá ser dada por meio de ataques feitos por drones (aviões não tripulados), segundo um responsável norte-americano.
O EiiL, que pretende a instauração de um Estado islâmico, conta com o apoio de tribos antigovernamentais e de grupos entre a minoria sunita que se considera marginalizada pelo poder xiita.