A qualidade das águas na China está cada vez pior: mais suja e escassa. E essa situação não tende a melhorar, revela relatório de Estado.
Relatório sobre a poluição das águas subterrâneas, publicado em 22 de abril pelo Ministério da Terra e Recursos da China, compilado a partir de dados ambientais coletados desde 2013, mostra agravamento no nível de contaminação das águas subterrâneas.
Dos 4.896 pontos de monitoramento subterrâneos instalados em mais de 200 cidades chinesas, mais de 60% revelaram má qualidade das águas subterrâneas em 2014. Do total, 16% das amostras de água são de qualidade considerada “extremamente pobre”.
Enquanto 16,7% dos valores registraram alguma melhora na qualidade da água a partir de 2013, 18% mostraram significativa diminuição na qualidade.
Parte das amostras de água incluía níveis excessivos de metais pesados como o arsênico, chumbo, cromo e cádmio, de acordo com o relatório. Mais comum foi a presença de substâncias menos nocivas como ferro, flúor ou sulfatos.
Além de a água da China estar se deteriorando, não há muito dela, pelo menos nas cidades. Em Pequim, com uma população de 21 milhões, os moradores podem usar uma média de apenas 142 metros cúbicos de água per capita, abaixo dos padrões internacionais, de acordo com o China Business News.
Relatório com base em pesquisa realizada pela Universidade Capital de Economia de Pequim, publicado em abril, mostrou que centenas de aterros irregulares em áreas suburbanas da cidade podem ter contribuído para a poluição das águas subterrâneas. Postos de gasolina com 15 anos ou mais de uso possivelmente causaram vazamentos contaminantes de óleo. Também, há o uso excessivo de fertilizantes químicos e pesticidas.
Em junho de 2013, o Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças realizou pesquisa que mostrou pela primeira vez ligação conclusiva e direta entre a poluição das águas na China e as altas taxas de câncer na população em geral.
A poluição das águas subterrâneas também se manifesta na produção agrícola. Em 2013, uma inspeção aleatória em amostras de arroz da província de Hunan conduzida por autoridades da vizinha província de Guangdong encontrou que a maioria continha teores de cádmio bem acima do limite (de segurança) estabelecidos.