Em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santos houve 24 mortos, 20 desaparecidos e mais de 34.000 desalojados
Um ano depois do pior desastre natural no Brasil, as tempestades que em janeiro de 2011 mataram 1.500 pessoas em seis estados, 918 somente na serra do Rio de Janeiro, a situação está se repetindo. As fortes chuvas torrenciais formadas pelos sistemas climáticos típicos desta época de maior aquecimento estão causando inundações, deslizamentos de terra e mortes na região sudeste.
Em Minas Gerais, de acordo com a Defesa Civil do estado, foi declarado estado de emergência em 76 cidades devido às chuvas que começaram em outubro. Já houve 15 mortes e 14.115 pessoas perderam suas casas, e outras três estão desaparecidas. Até agora, um total de 167 municípios foram afetados pelas inundações, que têm se tornado comuns em Minas Gerais.
De acordo com informações do Instituto Meteorológico da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) divulgada no website de notícias G1, nos sete primeiros dias de janeiro choveu 22% acima da média estimada para todo o mês de janeiro no estado.
No Rio de Janeiro, as regiões com alto risco de deslizamentos de terra voltaram a sofrer com as chuvas nos últimos dias. De acordo com o Instituto Estadual do Meio Ambiente (INEA), nove municípios do estado estão em alerta máximo para o risco de inundação.
Na manhã 10 de janeiro, os dados da Defesa Civil eram de 9 mortos e 17 desaparecidos devido as chuvas intensas. No município de Campos, no norte do estado, uma represa estourou nos últimos dias desalojando mais de quatro mil pessoas. Mais de 12.800 pessoas continuam desalojadas e desabrigadas no estado devido às tempestades.
O governo do Rio de Janeiro anunciou 850 milhões de reais para obras de inundação no norte e noroeste do estado e no município de São Gonçalo.
No estado do Espírito Santos, 7.104 pessoas foram forçadas a deixar suas casas pelas chuvas e sete das 25 cidades afetadas decretaram estado de emergência, de acordo com a Defesa Civil.
As chuvas de verão
O Sudeste brasileiro tem duas estações distintas. Tipicamente com predomínio de tempo seco no inverno e chuvas fortes no verão.
O fenômeno que agrava a situação das chuvas na região é chamado de “Zona de Convergência do Atlântico Sul” (ZCAS): grandes massas de ar de diferentes temperaturas permanecem praticamente presas sobre o oceano, forçando as correntes de ar a alimentar e sobrecarregar as regiões de chuvas de verão com alta umidade e calor, tudo isso relacionado ao clima úmido da região amazônica.
A umidade tende a escapar principalmente para São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. No entanto, todo o Sudeste e Centro-Oeste do país podem ser afetados por chuvas mais intensas. As chuvas mais pesadas da ZCAS duram de três a dez dias.