Temperaturas surpreendentes são detectadas no centro da Via Láctea

09/05/2013 15:57 Atualizado: 06/08/2013 17:22
Cerca de 1000ºC mais quentes do que as nuvens interestelares típicas
Imagens do centro da Via Láctea captadas pela Agência Espacial Europeia evidenciam temperaturas surpreendentes na região mais interna do disco que rodeia o buraco negro central (ESA)

O centro da Via Láctea alberga um buraco negro supermassivo e o Observatório Espacial Herschel identificou com detalhes um gás surpreendentemente quente que orbita ao seu redor, informou em 7 de maio a Agência Espacial Europeia (ESA).

Esta zona de nossa galáxia, conhecida como Sagittarius A (Sgr A), tem uma massa de cerca de quatro milhões de vezes a de nosso Sol e está localizada a cerca de 25 mil anos-luz de nosso sistema solar.

Daqui até o centro, grandes quantidades de poeira interestelar obscurecem a visão dos telescópios nos comprimentos de onda visíveis, mas o Herschel aproveita a visão das ondas infravermelhas, como as provenientes do coração da Via Láctea, para detectar moléculas simples como monóxido de carbono, vapor d’água e cianeto de hidrogênio, diz o estudo de Javier Goicoechea, principal autor da pesquisa do Centro de Astrobiologia da Espanha.

No coração da Via Láctea há moléculas simples, incluindo monóxido de carbono, vapor d’água e cianeto de hidrogênio (ESA)

O Herschel foi capaz de ver até um ano-luz de distância do buraco negro e o que surpreendeu os cientistas foi o intenso calor do gás molecular que emite nossa galáxia em sua região central mais profunda. Cerca de “1000 graus Celsius mais quente do que as nuvens interestelares típicas, que são em geral apenas algumas dezenas de graus acima de 273ºC negativo”, informou a ESA.

Os cientistas não acreditam que este aquecimento seja apenas pela presença da intensa radiação ultravioleta que vem de um grupo de estrelas de grande massa que vive perto do centro galáctico. “Isso não é suficiente para explicar as altas temperaturas.”

O Dr. Goicoechea acredita que o calor seja resultado dos choques de gases altamente magnetizados na região.
“Esses choques podem ocorrer nas colisões entre nuvens de gás ou pelo material que flui em alta velocidade das estrelas e protoestrelas”, explicou a equipe da ESA.

“O buraco negro de nossa galáxia pode cozinhar sua refeição de gases bem diante dos olhos do Herschel”, disse o Dr. Goicoechea, destacando que o que se observa também corresponde a “labaredas de gases quentes que caem a toda velocidade até Sgr A, em direção ao centro da galáxia.”

Na imagem, pode-se ver que cerca de 15 anos-luz em torno do centro está ocupado por uma densa nuvem de poeira e gás molecular. É aí que reside o disco que circunda a cavidade central, com um raio de alguns anos-luz, cheio de poeira e gás ainda mais quente.

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