Telefones celulares são “possivelmente cancerígenos”, quem disse?

05/06/2012 00:00 Atualizado: 05/06/2012 00:00

Um homem fala ao telefone celular. Num novo relatório de 31 cientistas reunidos na Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer da Organização Mundial de Saúde (AIPC/OMS) verificou-se que o uso de telefones celulares pode aumentar os riscos de certos tipos de câncer no cérebro. (Spencer Platt/Getty Images)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) colocou os telefones celulares na lista de itens que potencialmente causam um tipo maligno de câncer no cérebro.

O comitê da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (AIPC) disse que a radiação eletromagnética emitida por celulares é “possivelmente cancerígena para os seres humanos”.

O comitê, constituído de 31 cientistas de 14 países, baseou suas conclusões na evidência publicada em estudos que mostraram que o uso de telefone celular pode aumentar o risco de glioma, uma forma rara, mas maligna de câncer no cérebro.

“Dadas as consequências potenciais para a saúde pública desta classificação e os resultados, é importante que se faça pesquisa adicional sobre o uso intenso e prolongado de telefones celulares”, disse Christopher Wild, diretor da AIPC, num comunicado.

Nesse ínterim, “é importante tomar medidas pragmáticas para reduzir a exposição aos acessórios de mãos livres ou de mensagens de texto”, acrescentou ele.

A OMS disse anteriormente que não havia riscos de câncer no cérebro associados com o uso de telefone celular.

A decisão engloba todos os dispositivos que emitem radiação eletromagnética de radiofrequência em geral, mas as conclusões irão afetar principalmente os telefones celulares.

A AIPC concluiu que “poderia haver algum risco e, portanto, nós precisamos acompanhar de perto uma ligação entre os celulares e o risco de câncer”.

No entanto, os cientistas admitiram que não puderam encontrar uma correlação evidente entre a radiação dos telefones celulares e o câncer no cérebro.

O grupo industrial CTIA–The Wireless Association disse que as alegações da AIPC de que os telefones celulares são potencialmente carcinogênicos não são claras.

John Walls, o vice-presidente do grupo, disse que o conselho “realiza várias análises e no passado deu a mesma avaliação, por exemplo, aos legumes em conserva e café”.

“Sob as regras da AIPC, evidências limitadas de estudos estatísticos podem ser encontradas mesmo que dados tendenciosos ou falhos sejam a base do resultado”, acrescentou ele.

Walls citou uma conclusão prévia da Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos e da Administração de Alimentos e Drogas, que disse que não há evidências que provem que telefones celulares ou dispositivos sem fio estejam associados ao câncer cerebral ou a problemas de saúde.