Técnicas que fortalecem o corpo e combatem a dor nas costas (parte 2)

27/08/2014 06:00 Atualizado: 24/08/2014 19:27

Todos os casos de dor nas costas requerem avaliação cuidadosa por pessoal médico devidamente treinado, para excluir causas graves de dor nas costas com risco de morte ou de danos neurológicos. Uma vez que isto tenha sido feito, a homeopatia e modalidades de fisioterapia podem ser aplicadas com confiança.

Tratamentos com analgésicos, narcóticos e AINEs para alívio da dor devem ser evitados, uma vez que estes medicamentos retardam a cicatrização, estão associados à sensação de aumento da dor, e causam outros efeitos indesejáveis.

Tratamentos homeopáticos devem ser individualizados segundo o modo de ação, a percepção sensorial do paciente, e os sintomas exatos. Prescrições genéricas de medicamentos homeopáticos são raramente úteis nestas situações e levam à falsa impressão de que o tratamento homeopático é um pouco mais do que o tratamento placebo.

Uma série de exercícios fisioterápicos deve ser instituída para tratar a dor nas costas e evitar recaídas. Estes exercícios são descritos abaixo. Eles incluem uma combinação de três técnicas simples que são mais eficazes quando utilizadas de forma preventiva numa base diária, mesmo quando a dor nas costas não existe mais.

Estes exercícios são úteis não só para aliviar a dor e ajudar o corpo no processo de reparação, mas também na prevenção de lesões futuras nas costas, já que eles funcionam por meio do reforço das costas e da pélvis e promovem uma dinâmica saudável, o que ajuda a prevenir lesões. Os exercícios incluem:

• Respiração diafragmática forçada
• Caminhada isométrica controlada
• Fortalecimento e alinhamento pélvico

Respiração diafragmática forçada (RDF)

Este tipo de respiração deve ser utilizada em associação com os outros dois exercícios listados acima. A RDF envolve o processo de respiração consciente, que expande o abdômen e as forças dos músculos abdominais para esticar para fora, enquanto ocorre a inspiração (como se a barriga estivesse sendo inflada com ar).

Em seguida, na expiração, enquanto força-se o ar para fora dos pulmões, os músculos abdominais são contraídos (puxados para dentro).

A RDF requer uma participação ativa, extenuante e consciente no processo de respiração. Este método de respiração é contra-intuitivo para a maioria das pessoas, uma vez que utiliza os músculos da respiração num sistema oposto à forma natural de respirar.

A maioria das pessoas respira inconscientemente, utilizando principalmente os músculos intercostais da parede torácica. Isto faz com que o abdômen e o diafragma desempenhem um papel secundário e passivo na respiração.

A respiração inconsciente permite que o diafragma enfraqueça e atrofie, mas RDF fortalece ativamente e recruta os músculos do núcleo do abdômen a se contraírem. Esta técnica pode ser utilizada com frequência durante todo o dia ao se sentar, andar, e quando se está em pé. Também deve ser usada com os seguintes dois exercícios.

Caminhada isométrica controlada (CIC)

Este exercício deve ser realizado com a RDF sempre que possível. A CIC pode ser usada como um exercício uma vez por dia, ou pode ser feita quando se estiver andando.

Este exercício combina a RDF com uma variação do poder de caminhar. A técnica combina andar com uma contração voluntária consciente de selecionados grupos musculares opostos do tronco e dos membros. O processo da CIC envolve andar a pé, realizando a RDF, e, simultaneamente, flexionando e estendendo grupos musculares opostos uns contra os outros.

Exemplos desta técnica incluem contrair as nádegas enquanto se caminha e ao mesmo tempo contrair os músculos abdominais; andar enquanto se contrai o bíceps contra a resistência do tríceps e vice-versa; e contrair o peitoral contra a resistência do manguito rotador, dos romboides e músculos da região dorsal superior.

Em outras palavras, a pessoa conscientemente enfatiza a contração de diferentes grupos de músculos opostos enquanto simultaneamente trabalha a resistência oposta. Isto cria resistência para ambos os conjuntos de músculos conforme eles atuam como contrapeso para o outro. Estes exercícios de resistência e contra-resistência são feitos simultânea e delicadamente andando numa postura neutra ereta.

Qualquer grupo muscular oposto pode ser trabalhado neste processo, mas os músculos das nádegas e do abdômen sempre devem formar o principal componente desta atividade.

O objetivo desta atividade é fortalecer e tonificar os músculos da medula e do esqueleto de uma forma equilibrada e controlada. O uso de pesos de mão ou ferramentas de resistência não é recomendado, uma vez que estes podem tencionar em excesso, causando desequilíbrio e lesões no processo.

Estes exercícios de resistência ajudam a fortalecer as costas de uma forma segura e sustentável, e não costumam resultar em desequilíbrio ou lesão da musculatura ou do esqueleto, porque o corpo fornece o contrapeso próprio para cada exercício. Se um grupo muscular fornece resistência a outro grupo é pouco provável que o corpo se sinta sobrecarregado, desequilibrado, ou provoque alguma lesão.

A técnica da CIC requer intenção ativa e consciente, e não pode ser feita sem concentração completa durante sua execução. A distração geralmente leva a uma falha no recrutamento ativo do músculo e menos exercício, ao contrário das lesões causadas por desatenção quando pesos são usados.

Na próxima parte a continuaremos com: O fortalecimento e o alinhamento pélvico – Parte 3

O Dr. Whitmont é um médico internista, especializado em homeopatia clássica, e que atua em Nova York. Ele é professor assistente clínico de medicina da família e da comunidade no New York Medical College. Seu site é homeopathicmd.com