As taxas de extinção podem ter sido superestimadas em mais de 160% com base nos métodos científicos atuais, de acordo com um estudo publicado na Nature em 18 de maio de 2011.
“Os métodos atuais utilizados para estimar as taxas de extinção são errôneos, mas nós estamos perdendo habitat natural mais rapidamente do que em qualquer período dos últimos 65 milhões de anos”, disse o coautor Stephen Hubbel, um ecologista teórico da Universidade da Califórnia, Los Angeles, num comunicado à imprensa.
“A boa notícia é que nós não temos um problema tão sério como as pessoas imaginavam, mas isto não é motivo para complacência”, acrescentou Hubbell.
“Eu não quero que esta pesquisa seja mal interpretada como se alegasse que nós não temos nada com que nos preocupar, quando nada está mais longe da verdade.”
Atualmente, um método indireto para avaliar a extinção é usado, uma vez que é muito difícil dizer quando uma espécie de fato foi extinta. Usando a “relação espécies-área”, o numero de espécies numa determinada área é utilizado para calcular o aumento do número de espécies conforme o amento da área.
Através da inversão dos cálculos, os cientistas estimam quantas espécies a menos irão existir com a redução do habitat.
“Há uma versão progressiva quando nós adicionamos espécies e uma versão regressiva quando perdemos espécies”, disse Hubbell, acrescentando que o artigo da Nature mostra que esta medida é “fundamentalmente falha”.
“A curva espécies-área tem existido a mais de um século, mas você não pode simplesmente dar meia volta para calcular quantas espécies restariam quando a área foi reduzida; a área que você precisa examinar para localizar inicialmente uma espécie é sempre menor do que a área que você tem de examinar para eliminar o último membro de uma espécie.”
“A superestimação pode ser muito substancial”, disse ele. “A forma como as pessoas têm definido ‘dívida de extinção’ (espécies que de fato enfrentam a extinção) utilizando a curva espécies-área inversamente é incorreta, mas não estamos dizendo que uma dívida de extinção não exista.”
Hubbell está “100%” confiante da prova matemática no papel. “Nós ganhamos um pouco mais de tempo com esta descoberta, mas não muito”, conclui ele.