Tao Yuanming (365-427 d.C.) foi um distinto poeta e um eminente recluso. Ele se referiu a si próprio como “Tao, o recluso” ou como “Mestre dos cinco salgueiros”, mostrando seu desejo por viver uma vida tranquila e solitária no interior do país.
O pai de Tao Yuanming morreu cedo e sua família viveu na pobreza desde então. Em idade jovem, ele ficou intrigado pelo taoísmo e admirava o estilo de vida em reclusão. Ele começou a trabalhar na terra em seus vinte anos e praticava meditações taoístas.
Devido a seu talento literário e poético, ele frequentemente recebeu ofertas de postos no governo. Inicialmente, ele rejeitou as oportunidades por sua aversão à política, mas para sustentar sua família, posteriormente, ele tornou-se um oficial do governo com 29 anos. Após alguns anos, ele renunciou ao cargo e voltou a sua vila nativa para cultivar crisântemos.
Ele assumiu outro trabalho governamental quando pressionado por condições de vida difíceis aos 35 anos e se tornou um magistrado do condado, mas demitiu-se mais uma vez com 41.
Após esta renúncia, Tao Yuanming decidiu se retirar para uma pequena fazenda e alimentar sua família com trabalho duro. Embora às vezes tenha apreciado o vinho, a poesia e a companhia de outros eremitas, durante a maioria do tempo ele sofreu com a fome e a pobreza quando catástrofes naturais atingiram a agricultura da época. Mesmo assim, ele completou muitos poemas e prosas que descreviam a beleza e um estilo de vida livre no reino. Numa de suas prosas, ele cunhou a expressão, “Florescer da Flor de Pessegueiro”, que se tornou um termo chinês para utopia.
Ele realmente desdenhava da corrupção generalizada e da extravagância dos cortesãos e expressou preferir viver na pobreza ou mendigar com dignidade do que ser um servo da corte com salário decente. Infelizmente, esta foi de fato a realidade em seus últimos dias.
Com 44 anos, a cabana onde sua família vivia foi queimada e destruída por um incêndio e eles tiveram de residir temporariamente num barco e contar com o apoio financeiro de parentes e amigos. Até seus 58 anos, sua família viveu principalmente na miséria e ocasionalmente necessitava pedir comida emprestada. Ele descreveu a experiência num poema, suspirando, “A fome da família me fez partir em busca de comida, mas para onde ir? Vagando longamente finalmente bato a uma porta, mas incapaz de dizer uma palavra. O dono da casa adivinha e é gentil e assim minha jornada não é em vão.” Ele prosseguiu diante de todas as adversidades e completou numerosas prosas e poemas belíssimos, muitos dos quais mostram suas visões sobre a vida e a morte, a riqueza e a pobreza, mas não necessariamente limitadas ao ângulo taoísta.
Tao Yuanming foi pobre grande parte de sua vida, mas, muito além de seus 63 anos de vicissitudes, ele manteve firmemente sua integridade por meio de sua magnífica obra.
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