Uma mulher de negócios taiwanesa disse que o Partido Kuomintang (KMT) e o Partido Comunista (historicamente ferozes rivais) deveriam trabalhar em equipe independentemente da opinião popular. Essa declaração provocou respostas revoltadas por parte dos cidadãos de Taiwan.
Em um encontro de negócios entre comerciantes de Taiwan e Xangai no início de maio, a mulher de negócios de Taiwan, Dong Shuzen, declarou num discurso: “Nós não deveríamos nos importar com a opinião do povo taiwanês.”
Em vez disso, Taiwan “deveria estar discutindo a cooperação entre o KMT e os comunistas”, disse Dong.
A declaração de Dong foi gravada em vídeo e publicada online, e foi grandemente criticada pelo povo Taiwanês.
“Fomos totalmente infiltrados”, disse um cidadão de Taiwan.
A internauta “mirza” disse no maior fórum online de Taiwan: “Este é o melhor exemplo de Taiwan sendo infiltrado por Taiwan.”
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“O meu amigo estava presente no encontro entre o líder do KMT e a mulher de negócios na China”, disse o legislador de Taipei Liu Yaoren do Partido Democrático Progressivo (DDP), maior rival do KMT, de acordo com a estação televisiva New Tang Dynasty, sediada em Nova York. “Ele não suportava ouvi-la, e até me disse gostaria de esbofeteá-la.”
Lin Xin, um legislador do KMT em Taipei disse: “Se não ouvirmos o povo taiwanês, isso seria o fim do KMT. Enquanto advogado do KMT, estou até mais preocupado depois de ouvir o que ela disse”.
O KMT sofreu uma queda de popularidade nos últimos anos, particularmente com o corrente presidente e antigo líder do KMT Ma Ying-jeou, que tentou estreitar os laços entre China e Taiwan.
Chen Wei-ting, um dos líderes do movimento Sunflower, que movimentou estudantes Taiwaneses a ocuparem o Yuan Legislativo para protestar contra o pacto comercial com a China que iria potencialmente prejudicar a economia de Taiwan, escreveu sarcasticamente no Facebook: “Eu começo a achar que a Sra. Dong é uma de nós; ela basicamente arruinou os objetivos do encontro de Chu-Xi, uma vez que ela é agora notícia por toda a parte”.
Chen está se refrindo a um recente encontro entre o líder Chinês Xi Jinping e o chefe do KMT Eric Chu, em que Chu deu a entender que estaria disposto a adotar a perspectiva do regime Chinês sobre quem governa a China. Sob um “consenso de 1992”, Taiwan e China acordaram que existe apenas “uma China”, mas discordam sobre se o KMT ou o Partido Comunista representam essa China.
Incidentalmente, Chu compareceu a esse encontro de negócios onde Dong fez o seu discurso.
Dong e o seu marido são notórios por manter fortes ligações políticas e de negócios com a China, de acordo com a estação de televisão Taiwanesa SETN. Dong possui uma companhia de escavações em Xangai e muitos governos locais terceirizaram à sua companhia projetos de construção. Ela também é notória por seu trabalho de caridade na China, especialmente por adotar crianças. O jornal de Hong Kong Sing Tao publicou que Dong adotou 830 crianças de escola primaria e básica das províncias de Jiangxi, Guizhou e Hunan desde 2002, servindo de inspiração para o atual apelido de “Mãe Dong”.