Suspeito mafioso chinês-americano preso no sul da China

01/07/2012 03:00 Atualizado: 01/07/2012 03:00

O reformista Wang Yang opõe-se aos linhas-duras do PCC numa reunião política na província de Guangdong em março de 2010. (Liu Jin/AFP/Getty Images)‘Líder comunitário’ chinês tinha vínculos com oficiais de segurança

Quando a polícia chinesa na província de Guangdong reprimiu oficiais do Partido Comunista Chinês (PCC) na semana passada, eles também prenderam o proeminente empresário chinês-americano Hu Weisheng de Los Angeles.

As autoridades da província de Guangdong despacharam mais de 300 policiais armados para o condado de Huizhou e invadiram os escritórios da Companhia Fuxing de propriedade de Hu. As autoridades disseram que 43 pessoas, incluindo Hu, foram detidas por suspeita de sequestro, chantagem, incêndio, contrabando e operações ilegais de exploração de jogo.

Hu teria estreita relação com Li Dawen, o secretário do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL) do PCC em Huizhou e o chefe da Secretaria de Segurança Pública, segundo um relatório do ‘People Monitor Net’, um projeto de mídia dedicado a expor a corrupção no governo. O CAPL, dirigido por Zhou Yongkang, um membro do Comitê Permanente do Politburo, é um poderoso órgão que controla toda a segurança pública chinesa. O relatório afirma que Hu uma vez deu a um oficial, que trabalha no escritório de Li, um carro de luxo de 157 mil dólares como presente.

Foi relatado que Wang Yang, o secretário do PCC em Guangdong, estaria em pé de guerra para derrubar antigos e atuais oficiais do PCC na província acusados de corrupção e abuso de poder.

No início de 2012, as autoridades da província de Guangdong receberam um relatório de que Hu estava envolvido em vários assassinatos, o que chamou a atenção de Wang Yang. Quando o gabinete de Wang tentou sondar o assunto, a Secretaria de Segurança Pública local, liderada por Li em Huizhou, resistiu e impediu uma investigação.

Li, que foi removido de seu posto como chefe da Secretaria de Segurança Pública, disse aos investigadores que trabalham para Wang que Hu tem uma boa reputação no exterior como um empresário honesto e é um líder dentro da comunidade chinesa, segundo um artigo da ‘Rede de Supervisão do Povo’. “É melhor você fazer as coisas direito e não reprimir a pessoa errada”, disse Li.

Reportagens da mídia chinesa disseram que Hu mantém um passaporte dos EUA e tem um nome em inglês, Vincent Wu. Ele tem um número de títulos oficiais, incluindo: chefe da ‘Associação de União da China da Grande Los Angeles’, CEO de uma empresa em Huizhou e gerente de um supermercado de atacado. Desde os anos 1990, Hu também teria se envolvido em atividades criminosas, mas ele ainda goza de boa reputação como um líder da comunidade chinesa no exterior e filantropo, segundo um jornal local do PCC em Huizhou.

O pesquisador político Peng Peng do Instituto de Ciências Sociais de Guangzhou disse ao Diário Ming Pao de Hong Kong que desde que Hu teria se envolvido em atividades filantrópicas e criminais, ele goza de um “guarda-chuva de proteção” oferecido por vários altos oficiais.

As conexões entre Hu, um membro proeminente da comunidade chinesa no exterior em Los Angeles, e os serviços de segurança na China não são únicas. Ao longo dos anos uma série de relatos surgiu indicando que o CAPL tem se insinuado a líderes chineses no exterior.

O chefe da segurança Zhou Yongkang foi noticiado estar por trás de um ataque contra praticantes do Falun Gong no bairro de Flushing em Nova York em 2008, segundo fontes familiarizadas com o assunto, que falaram com o Epoch Times sob condição de anonimato.

Uma pessoa disse que Zhou enviou seu assistente Wang Minghua (um pseudônimo) para direcionar agentes chineses a atacarem praticantes do Falun Gong em Flushing. O Falun Gong é uma prática de meditação que tem sido perseguida pelo regime chinês desde 1999.

Wang voltou a Flushing em 2011, supostamente, também a mando de Zhou, para entregar a Li Huahong, uma mulher que esteve em tribunais várias vezes por atacar praticantes do Falun Gong e gerenciar um estande que distribui literatura de ódio sobre a prática, uma medalha por “Lutar Ousadamente”.