Suprema Corte de Israel fecha exibição de corpos

03/10/2012 09:07 Atualizado: 03/10/2012 09:07
Imagem de um aviso publicado no website de uma das empresas de plastinação, a Premier Exhibitions. (The Epoch Times)

A Suprema Corte de Israel ordenou em 9 de outubro o fechamento de ‘Corpos: A Exposição’, que polemicamente usa corpos humanos plastinados. Ativistas saudaram a decisão, mas queriam que o tribunal ordenasse o encerramento imediato e que isso tivesse sido feito mais cedo.

‘Corpos: A Exposição’ tem sido duramente criticada por ativistas de direitos humanos que dizem que os corpos plastinados provavelmente vêm de pessoas que foram mortas pelo regime chinês. Mas a exposição também foi criticada por outros motivos. “Não há discordância de que o tipo de conduta que temos diante de nós viola a dignidade humana, incluindo a dignidade dos mortos”, escreveram os juízes israelenses na semana passada, segundo a NTDTV.

Manifestantes em frente à exposição em Tel Aviv, que começou em maio e estava originalmente programada até 21 de outubro, disseram que queriam que ela tivesse sido fechada imediatamente.

Michael Ben Ari, um membro do Parlamento israelense, disse durante o protesto que o tribunal agiu tarde demais. “Eles fecharam-na apenas poucos dias antes da data final original. Deveria ter sido dito claramente: Esta exposição é uma abominação”, disse ele, conforme citado pela NTD. “Estes corpos têm de ser enterrados respeitosamente e deve ser eliminado este terrível fenômeno, a negociação de pessoas, o comércio de corpos, como podemos ver aqui.”

‘Corpos: A Exposição’ é organizada pela empresa norte-americana Premier Exhibitions. Em seu website há um aviso que diz em parte, “Com relação às partes humanas, órgãos, fetos e embriões que você está vendo, a Premier depende exclusivamente das representações de seus parceiros chineses e não pode verificar de forma independente que eles não pertençam a pessoas executadas enquanto encarceradas em prisões chinesas.”

No processo de plastinação, os fluidos dos corpos são substituídos por polímeros com o objetivo de transformá-los em um objeto de exibição.

Moshe Feiglin, um ativista de direitos humanos e chefe do movimento Liderança Judaica em Israel, disse que esses corpos “estão sendo tratados como um pedaço de carne no mercado” e observou que “não é surpreendente que essas pessoas […] tenham vindo um país comunista”.

O advogado israelense David Schonberg, que ajudou com o apelo ao Supremo Tribunal, disse à emissora que a decisão “é uma vitória real, mesmo que eu desejasse ver a exposição fechada hoje”.

Uma fonte conhecedora do processo de plastinação de corpos na cidade de Dalian disse ao Epoch Times no início deste ano que muitos dos corpos tratados em fábricas de plastinação são de praticantes do Falun Gong assassinados. O Epoch Times não tem informação sobre se a Premier Exhibitions conscientemente utilizou tais corpos.

Artigos anteriores do Epoch Times relacionaram a venda de corpos a Gu Kailai, a esposa do político chinês desgraçado Bo Xilai que já foi prefeito de Dalian. Dalian é a sede de várias fábricas de plastinação.

Se a polícia chinesa declarar o corpo de um prisioneiro não reclamado, a polícia está livre para dispor do corpo a seu critério, tornando possível sua venda para fábricas de plastinação por dinheiro.

Praticantes do Falun Gong, uma prática espiritual tradicional que tem sido perseguida na China desde 1999, são especialmente vulneráveis a serem designados como “não reclamados”. Para proteger suas famílias da perseguição, os praticantes muitas vezes não revelam seus nomes e suas famílias não conhecem seu paradeiro, deixando a polícia com a mão livre para dispor de seus corpos.

“Acreditamos que tudo será feito, inclusive pelas autoridades aduaneiras, para que esta situação não volte a acontecer”, disse a decisão do Supremo Tribunal israelense em 23 de setembro.

Em meados de agosto, a internet chinesa estava cheia de comentários sobre as origens dos corpos plastinados. “Quando se trata de vender cadáveres de seu próprio povo por dinheiro, até mesmo fascistas nunca fizeram isso antes”, escreveu um internauta.

Outro internauta de pseudônimo “Carreira Brilhante” observou que muitos dos corpos pertencem a mulheres grávidas. “Na China, mulheres grávidas não recebem pena de morte. Além disso, como é possível coincidir que tantas mulheres grávidas tenham morrido na prisão? Até mesmo a estrutura do feto está completa?!!! Isto é simplesmente assustador”, escreveu o internauta.

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