O turismo espacial poderá ser, em breve, uma opção para as férias na Suécia. No centro espacial europeu na cidade de Kiruna, no extremo norte da Suécia, uma empresa chamada Space Travel Alliance tem grandes planos para fazer com que as viagens espaciais sejam mais acessíveis.
O turismo espacial ainda é muito caro. Um bilhete para participar dos passeios espaciais da Virgin Galactic, que estão previstos para começar no próximo ano, custa US$ 250 mil. Mas, com o desenvolvimento tecnológico, os preços dos ingressos vão cair, disse o astronauta Christer Fuglesang, o primeiro – e até agora único – sueco no espaço. Fuglesang, que trabalha para o Instituto Real de Tecnologia em Estocolmo, é um assessor do Space Travel Alliance.
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“Em dez anos, eu acho que muita gente vai poder pagar por um ‘salto espacial'”, disse ele.
Um “salto espacial” significa alcançar uma altitude de cerca de 100 quilômetros. De lá, os visitantes poderão ver a Terra por alguns minutos, experimentar a gravidade zero e, em seguida, retornar à Terra. Isto é o que a Space Travel Alliance quer oferecer aos turistas a partir de sua base em Kiruna.
A empresa tem como objetivo tornar a Suécia o centro do turismo espacial, e as condições são boas para isso, especialmente em Kiruna, diz Fuglesang. Já faz algum tempo que o povoado mineiro, localizado a poucas centenas de quilômetros ao norte do Círculo Polar Ártico, é uma das principais cidades espaciais no mundo. Abriga a sede da ESA (sigla para Esrange Space Center) e de uma escola especializada em espaço. Kiruna tem a infraestrutura e o lugar certo para enviar pessoas ao espaço.
O espaço sempre foi uma plataforma para o desenvolvimento tecnológico. Karin Nilsdotter, CEO da Space Travel Alliance, diz que o turismo espacial até agora tem sido caro e difícil, mas a indústria espacial está sendo cada vez mais comercializada. É semelhante ao que aconteceu com a indústria aeronáutica de cem anos atrás, disse ele.
“Podemos ver que os agentes privados e empresários envolvidos participam com investimentos, e novas tecnologias e novas naves espaciais são desenvolvidas para que o espaço seja mais acessível”, explicou Nilsdotter.
A Suécia tem uma forte posição internacional quando se trata de pesquisa e tecnologia espacial. Isto significa que existem oportunidades para fazer grandes negócios, não só no espaço, mas também na Terra, disse Nilsdotter.
“Consideremos a ‘corrida do ouro’. Depois que as pessoas começaram a escavar procurando ouro, outras pessoas puderam ganhar dinheiro vendendo pás e picaretas. Logo criou-se todo um ecossistema”, disse ela.
Ela acredita que novos serviços e produtos serão desenvolvidos, especialmente na área de turismo.
A Space Travel Alliance planeja usar um novo veículo espacial reutilizável que pode decolar e pousar como um avião. Esses “aviões espaciais” estarão prontos para decolar em cerca de um ano, acredita Fuglesang. Depois disso, o governo sueco terá de desenvolver novos regulamentos para naves espaciais tripuladas e relacionadas com a exportação de tecnologia espacial.
A empresa espera enviar os primeiros turistas espaciais dentro de três a cinco anos, e até lá, quer oferecer treinamento de astronautas para viajantes espaciais como o treinamento em gravidade zero.
Com o tempo, qualquer um será capaz de fazer uma viagem espacial prolongada, pensa Fuglesang. O próximo passo após os saltos espaciais é colocar uma nave espacial em órbita, mas para os turistas, provavelmente, falta um par de décadas.
“Isso vai ser algo para pessoas ricas. Dentro de 50 anos, eu acho que muitas pessoas serão capazes de experimentar viagens espaciais. Muitos inclusive irão à Lua”, disse ela.
Fuglesang, uma das poucas pessoas que realmente viajaram em órbita ao redor da Terra, afirma ser uma experiência intensa.
“A Terra não é muito grande. Leva apenas 90 minutos para completar uma volta completa em torno dela. Você não pode ver todos os limites, mas pode ver como a atmosfera é tênue. A Terra é muito pequena em comparação com o espaço”, disse ele.
Até o momento, apenas cerca de 540 pessoas já experimentaram a viagem espacial. São feitas apenas algumas viagens por ano. Com o aumento da disponibilidade, vários milhares de pessoas poderão viajar ao espaço nos próximos anos, disse Karin Nilsdotter.