O Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB), criado pela SAAB em 2011, em parceria com o Instituto Técnico da Aeronáutica (ITA) realizou um grande evento em busca de parcerias na área de aeronáutica e defesa, além do segmento acadêmico. Há possibilidades de ampliação do leque de parcerias para segmentos como energia sustentável, transporte e desenvolvimento urbano.
O evento denominado Primeiro Workshop Brasil-Suécia de Aeronáutica e Defesa é uma busca do reitor do ITA, Carlos Pacheco, e da diretora do CISB, Alessandra Holmo, em criar ambientes favoráveis a interação entre as áreas tecnológicas e científicas, independente do programa do caça F-X2.
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“Esse é um espaço para discutirmos os desafios do setor e a proposta é iniciarmos uma agenda de aeronáutica e defesa, isso está fora do off set criado pelo contrato dos caças”, destacou a diretora do CISB, Alessandra Holmo. “A Suécia tem grande interesse em parcerias com o Brasil”.
O evento, que ocorreu no auditório do ITA em São José dos Campos, e que teve a presença de diversos empresários do setor aeroespacial e de defesa, na abertura, com destaque para o ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação e atual diretor geral do Parque Tecnológico local, Marco Antonio Raupp, teve 42 suecos inscritos, entre integrantes de universidades, das forças armadas suecas, agências de financiamento e do governo.
Entre os palestrantes se encontraram temas como The Swedish National Strategic Innovation Program for Aeronautics, proferida pelo diretor do programa Innovair (Sweden’s National Strategic Innovation Program for Aeronautics), Anders Blom.
“Um das características culturais e mais marcantes do povo sueco é trabalhar a partir do pequeno projeto, o processo é progressivo, passa pela confiança e aceitação, é um método do passo a passo”, destacou a executiva. O CISB já é uma realidade, em três anos de existência tem em sua carteira 12 associados, como o SENAI nacional.
O ITA e o CISB estão elaborando meios para criar mobilidade para a troca de experiências em acordos acadêmicos. Atualmente sete universidades da Suécia se encontram no Brasil prospectando áreas de interesse, as bolsas de estudos para graduação e pós-graduação serão financiadas em parcerias com a Capes, CNPq e governo sueco. O modelo a ser seguido é do Ciência Sem Fronteira, um bem sucedido programa internacional.
Também haverá possibilidades de cursos de curta duração, que fomentem parcerias entre os estudantes e frentes de inovação. A base é se construir um tripé, chamado de tripla hélice, com a indústria, academia e governo, esse último como financiador de estudos e pesquisas de base tecnológica de interesse.
O reitor do ITA e reconhecido como o homem da transformação da entidade para o novo salto de exigência no setor aeronáutico, Carlos Pacheco, está empolgado com a receptividade da proposta.
“É uma cooperação de muito longo prazo, que alcançará a futura geração dos novos caças também. Para nós é altamente interessante, já que teremos acesso a tecnologia como da fusão hipersônica, coisa que nós nunca fizemos”, destacou Pacheco.