Aumentar o valor do Yuan é uma forma favorável de frear a inflação
Com 80 anos de idade, George Soros, especulador financeiro, disse recentemente numa conferência realizada em Bretton Woods, New Hampshire, EUA, que aumentar o valor do Yuan é uma forma favorável de conter a inflação.
Infelizmente, o governo chinês perdeu a oportunidade deixando a inflação, de certa forma, fora de controle, e afetando severamente os preços e os salários das pessoas, o que representa um risco significativo.
Conforme informou Bloomberg, em 11 de abril, a taxa de câmbio do Yuan-Dólar norte-americano subiu 4,6% cumulativamente desde abril de 2009, ocupando o penúltimo lugar quanto ao maior grau de apreciação. Entre as 10 principais moedas asiáticas, seu desempenho é melhor somente em relação ao Dólar de Hong Kong, que segue fielmente de perto a valorização do Dólar norte-americano. Enquanto isso, o valor da Rupia da Indonésia, o Won da Coreia do Sul e o Dólar de Cingapura subiram 31%, 22% e 21%, respectivamente. A taxa de câmbio do Dólar-Yuan está atualmente em 6,5367, e os futuros de 12 meses em diante se encontram em 6,3775, o que supõe uma previsão de aumento de apenas 2,6%.
Em março deste ano, pelo nono mês consecutivo, os preços aumentaram em 5,2%, ultrapassando o teto estipulado pelas autoridades. Diante desta situação, em vez de tomar medidas para aumentar o valor do Yuan, o regime comunista decidiu optar pelo aperto monetário. Contando a partir do terceiro trimestre do ano passado, o Banco Popular da China aumentou 4 vezes a taxa de juros e elevou a taxa de reserva bancária 6 vezes.
No seu relatório da semana passada, o HSBC previu outra onda ascendente das taxas de juros. O CreditSuisse, por sua vez, acredita que, já tendo subido de 1% para 3,25% até o momento, a taxa de juros básica de depósito do Banco da China provavelmente chegaria a 4,75% até o final do ano, subindo mais 1,5%.
Em 1992, Soros foi capaz de tirar proveito da situação do câmbio da libra esterlina, resultando num lucro de um bilhão de dólares. Após a queda do Muro de Berlim, ele também apostou com sucesso que o valor do marco alemão subiria. Em 1989, ele acertou inclusive na queda do mercado de valores japonês. Atualmente, a respeito do fato de que as autoridades chinesas e a política monetária não estão fazendo nada para combater a inflação, Soros disse, “esta situação não pode continuar sem limites, e percebo que a questão mais importante é o futuro da China”.
De acordo com estatísticas recentes divulgadas pela Administração Geral Aduaneira da China, durante o primeiro trimestre registrou-se uma balança de comércio negativo da China, o que foi observado pela primeira vez nos últimos seis anos. Isto é em parte devido à subida acentuada dos preços das mercadorias, entre as quais se destaca o petróleo cru, cujo volume de importação cresceu 12%, enquanto o valor das importações aumentou abruptamente 39%. O mesmo ocorre com a importação de areia de ferro, cujo volume aumentou 14,4%, no entanto, o valor da mesma experimentou um aumento acentuado de 82,5%.
A partir de 1944, funcionários dos países europeus e dos Estados Unidos realizaram reuniões em Bretton Woods, estabelecendo normas que influenciariam a economia global pelos próximos 30 anos, suas contribuições principais buscaram resolver a questão do tipo de câmbio, estabelecer o Fundo Monetário Internacional (FMI), assim como restabelecer a economia europeia depois da Segunda Guerra Mundial, entre outras coisas.
Em 1971, por causa da inflação, o governo dos EUA descartou a política do Padrão do Ouro, e então a Era Bretton Woods chegou ao fim, e chegou a nova era do Câmbio Flutuante.