Soníferos podem não ser uma opção saudável para combater a insônia

19/09/2014 06:00 Atualizado: 18/09/2014 01:26

O uso de medicamentos, ervas e suplementos para promover o sono frequentemente provoca efeitos não desejados. Alguns exemplos comuns são os medicamentos para o sono que incluem benzodiazepinas, zolpidem (Ambien), eszopiclone (Lunesta), ramelteon (Rozerem), e anti-histamínicos como diphenhydramine (Benadryl).

Benzodiazepinas atacam especificamente os receptores de acido gamma-aminobutirico e induzem sono sem fase REM. Eles bloqueiam a transição para níveis mais profundos da fase 4 do sono REM.

Mesmo quando estes agentes ajudam a induzir o sono, ao mesmo tempo interferem negativamente na progressão do mesmo para os níveis mais profundos do sono regenerador. Eles representam um risco sério de dependência física e psicológica.

Zolpidem (Ambien). Este é um hipnótico de curta duração que potencializa GABA, um neurotransmissor que se torna inibidor quando se junta neurotransmissores GABA no mesmo local que as benzodiazepinas.

Zolpidem ajuda a iniciar o sono mas não o mantém. Pode-se tornar particularmente difícil descontinuar este medicamento uma vez que tipicamente requer doses superiores para combater a insônia quando esta piora. Além disso, ele mesmo provoca insônia quando a pessoa deixa de consumi-lo.

Seus efeitos secundários comuns incluem: perda de memória, amnésia, astenia, ataxia, confusão, euforia, dor cabeça, insônia, vertigens, dispepsia, soluços, náusea, artalgia, mialgia, infecção do trato respiratório, visão dupla, e infecção do trato urinário.

Espizopiclone (Lunesta). Esta droga, uma vez descontinuada, tende a piorar os problemas de sono. Frequentemente, os efeitos secundários incluem dor no peito, dor de cabeça, edema periférico e depressão. Até agora os únicos ensaios clínicos de espizopiclone publicados foram os financiados pelos fabricantes da droga.

Ramelton (Rozerem). Esta droga agrega receptores de melatonina e, como resultado, interfere com outros sistemas hormonais. Ramelton aumenta o nível prolactina e tem sido associado com um aumento da incidência de câncer em animais de laboratório.

Efeitos secundários incluem náusea, diarréia, dor nos músculos, dor nas articulações, insônia exacerbada, dor de cabeça, fadiga, depressão, alucinações e infecções do trato respiratório.

Anti-histamínicos. Tipicamente associados com sonolência matinal, anti-histamínicos, como diphenhydramine (Benadryl), frequentemente requerem o uso de estimulantes como cafeína para contrabalançá-los. Os usuários correm o risco de ciclos ping-pong utilizando estimulantes para se manterem acordados de dia e sedativos para adormecerem à noite. Este comportamento tem sido associado a um aumento do risco de efeitos cardiovasculares adversos.

Muitos agentes indutores do sono contribuem para dependência física e psicológica. Descontinuar a dose pode ser extremamente difícil, pois os sintomas de abstinência tipicamente trazem de volta a insônia, mas de forma mais agravada que no início.

Drogas e ervas usadas de forma combinada para promover o sono nunca devem ser consideradas abordagens de primeira linha para a insônia aguda.

Contaminação ambiental. Muitos produtos farmacêuticos acabam no meio ambiente, notadamente nos depósitos de água, o que causa seria preocupação. Muitos medicamentos passam pelo corpo intactos antes de serem excretados nas fezes e urina. À medida que mais pessoas utilizam medicamentos, mais destes resíduos químicos acumulam nos lençóis freáticos.

A exposição a estas drogas é hoje mais comum do que nunca, devido à contaminação da comida e da água. Como resultado desta contaminação, uma abundante quantidade de remédios farmacêuticos e lixo químico são consumidos regularmente, sem conhecimentos e sem intenção, cada vez em maior quantidade e por mais pessoas.

Os efeitos desta poluição em longo prazo não têm sido estudados extensivamente ou só são vagamente entendidos. O uso desnecessário de farmacêuticos para promover o sono ou tratar outras condições deve ser limitado tanto individualmente como globalmente uma vez que esta prática imprudente põe todos em perigo.

Este é o quinto de uma série de 10 partes.

O Dr. Whitmont é um homeopata clássico que trabalha em Nova Iorque. Ele é também professor assistente clínico de medicina familiar e comunitária of no New York medical College. O seu website é HomeopathicMD.com