Sonda da NASA confirma previsões chave da Teoria da Relatividade de Einstein

29/05/2012 00:00 Atualizado: 06/08/2013 18:54

Concepção artística da Sonda Gravitacional B orbitando a Terra para medir o espaço-tempo, uma descrição de quatro dimensões do universo, incluindo altura, largura, comprimento e tempo. (NASA)

Recentemente, pesquisadores da NASA e da Universidade de Stanford provaram que o espaço-tempo é afetado pela presença e rotação de corpos gravitacionais, como planetas e estrelas. Esses fenômenos foram previstos pela Teoria da Relatividade de Einstein e são chamados de efeito geodésico e gravitomagnetismo (ou arrastamento de estrutura) respectivamente.

O experimento foi realizado com sucesso por cientistas usando uma máquina conhecida como “Sonda Gravitacional B” (GP-B), que, de acordo com o comunicado de imprensa de Stanford, levou 52 anos para projetar, construir e implantar, e precisou de “quatro giroscópios ultraprecisos alojados num satélite” para seus cálculos.

O comunicado de imprensa de Stanford ainda descreve a experiência, “Se a gravidade não afetasse o espaço e o tempo, os giroscópios da Sonda Gravitacional B apontariam na mesma direção para sempre enquanto em órbita. Mas, confirmando a Teoria Geral da Relatividade de Einstein, os giroscópios experimentam alterações mensuráveis de minutos na direção de sua rotação, como se fossem puxados pela gravidade da Terra.”

“Imagine a Terra como se estivesse imersa em mel”, disse Francis Everitt, físico de Stanford e principal investigador da Sonda Gravitacional B, no comunicado. “À medida que o planeta rodasse em seu eixo e orbitasse o Sol, o mel a sua volta se envolveria e rodaria, e o mesmo ocorre com o espaço e o tempo.”

Estas descobertas permitirão que os cientistas ponderem de forma menos cética em relação à possibilidade de viajar no tempo, especificamente viajar no tempo para o futuro.

De certo ponto de vista, este fenômeno pode ser exemplificado pelo Paradoxo dos Gêmeos, um experimento hipotético em que há dois gêmeos, um deles viaja para o espaço numa nave espacial, enquanto o outro permanece na Terra.

Quando o gêmeo viajante retorna, ele percebe que na verdade envelheceu menos do que seu irmão. Do ponto de vista do gêmeo da Terra, seu irmão poderia ter, sem dúvida, viajado para frente no tempo, uma vez que ele não envelheceu tão rápido quanto ele e, portanto, não foi afetado pelo mesmo fluxo de tempo que o outro.

“Os resultados da missão terão um impacto de longo prazo sobre o trabalho de físicos teóricos nos próximos anos”, disse o astrofísico sênior Bill Danchi, cientista do programa na sede da NASA em Washington, segundo o comunicado.