PARIS – Diretamente das quadras do Stade Roland Garros, em Paris, o engenheiro brasileiro e tenista amador Vianney Cardoso de Menezes, 69, descreve um catártico e extasiante espetáculo de desempenho de tanger a perfeição, tirar o fôlego e disparar corações, com bolas cruzadas e rebotes ultrapassando 200 km/h em ritmo incessante.
Traz também detalhes extras que levam o leitor do Epoch Times para dentro do estádio, como a presença de Guga e a maneira como foi saudado pelo público, os comentários ouvidos em meio à massa de gente – “melhor jogo a que já assisti” – e os melhores momentos dos shows de técnica e performance que iluminaram o torneio das quartas de final às finais.
Roland Garros é uma festa!
E por falar em luz, comenta ainda a necessidade de se interromper a partida da semifinal entre Djokovic e Murray, na sexta-feira, porque uma ameaça de tempestade fechou o tempo e uma das principais e mais tradicionais competições de tênis do mundo – um dos quatro Grand Slam que reúne os maiores tenistas da atualidade – não conta com iluminação artificial.
E a final feminina com a vitória de Serena Williams sobre Safarova, que por sua vez “eliminou a Sharapova; sabe lá o que é isso?”, mensura Vianney.
É chegada a final masculina do Torneio de Roland Garros, a terceira do sérvio Novak Djokovic, que tenta neste domingo o primeiro campeonato em Garros contra o suíço Stanislas Wawrinka, que derrotou o francês Tsonga neste sábado (6).
6 de junho
O Guga foi campeão aqui por três vezes e conquistou os franceses com seu jeito de garoto descontraído e irreverente, comemorando de forma não usual a vitória: desenhando no saibro com a raquete, um coração, e deitando dentro dele; escalando os camarotes até chegar onde estavam os seus mais próximos e abraçando a mãe; descendo e, depois de receber a taça e também um Mercedes conversível de prêmio, botando dentro do carro o treinador, ali mesmo, enchendo o carro de boleiros e dando a volta pela quadra!
Em seguida veio o reinado de Nadal (que em dez anos venceu nove vezes). O Guga parou cedo por problemas graves no quadril, mas manteve uma aura de simpatia.
Também veio assistir a esse jogo do Djokovic x Murray outro grande vencedor do passado, o Bjorn Borg, que foi mostrado no telão sem despertar qualquer comentário da plateia. Mas o Guga foi muito aplaudido e, quanto mais pessoas percebiam quem era, os aplausos foram crescendo… Então ele se levantou e agradeceu.
Foi muito legal presenciar esse momento de reconhecimento, uma homenagem espontânea de milhares de pessoas.
Aqui continua a festa: no reinício do jogo, o Murray venceu por 7×5 o quarto set, levando o jogo para o 5º. Mas, aí não deu mais, o Djokovic se impôs com um 6×1.
Amanhã então (hoje), teremos a final entre o Djokovic e o Wawrinca: estarei lá!
Na final feminina que foi hoje (ontem), a Serena Williams ganhou da Safarova por 2×1 (6×3/6×7/6×2).
Williams tem seus méritos: joga bem, tem muita explosão, mas tem uma massa muscular que faz o jogo ficar enormemente desfavorável para as outras competidoras, que são meninas normais, com braço e força de mulher…
5 de junho
Djokovik, 28, 1,88m, 80kg, está no auge da forma física e técnica. É o número 1 do mundo, jogou 42 vezes em 2015 e venceu 40 jogos!
Murray, nesta saison, ainda não perdeu no saibro. Sobre ele, vejam o que diz o próprio Djokovic na edição de hoje (sexta) do ‘Quotidien de Roland Garros’:
“Il possède un jeu de fond de court absolutment remarquable, l’un des meilleurs.” (“Ele possui um jogo de fundo absolutamente notável, um dos melhores.”)
E hoje (5) foi um choque de titãs: Djokovic jogando com muita precisão nos momentos certos, abriu 2×0 (6×3 e 6×3).
Mas o Murray equilibrou o jogo e venceu o 3º set: a assistência reparou a garra do escocês e passou a incentivá-lo crescentemente. Murray, com novo gás, jogou de igual para igual e o tal jogo de fundo com o qual Djokovic tem se destacado foi o que se viu praticado por ambos, para delírio da assistência.
Com 3×3 no 4º set, o jogo foi interrompido às 21h porque Roland Garros não tem holofotes. Recomeça amanhã (6) às 12h55.
Comentário mais ouvido enquanto a massa deixava o parque: “melhor jogo a que já assisti!”
O nosso Guga – campeão por três vezes em Roland Garros – estava presente e, quando foi mostrado no telão, foi tão aplaudido que ele se levantou para agradecer.
No domingo temos a final, entre o vencedor desse jogo Djokovic X Murray e o suíço Wawrinca, que derrotou hoje (sábado) o francês Tsonga por 3×1 (6×3, 6×4, 6×7 e 7×5).
3 de junho
Estou voltando do estádio, enquanto a Márcia foi a um curso de vinhos em que se inscrevera antes. Roland Garros é uma festa! São 18 quadras com todo o tipo de jogo rolando: “Trophée des Legendes” (M. Navratilova e K. Clijsters X L. Davenport e Mj. Fernandez, em plena forma…) e também o McEnroe.
Assisti a outro jogo de duplas muito bom: M. Hings e S. Mirza X Sands e Safarova (joga demais, foi ela quem eliminou a Sharapova).
Djikovic X Nadal foi um jogão, ganhou quem jogou melhor (e bota melhor nisso!), as jogadas incríveis se sucediam, e o Djikovic levava a melhor porque ele está quase num nível de perfeição.
O melhor jogo foi Murray X Ferrer, porque mais equilibrado, e com os dois só batendo, de dar inveja na S. Williams…
Ainda vou assistir a Djokovic X Murray (o sérvio que se cuide…) e a final entre um desses e o vencedor de Tsonga X Wawrinca.
Independentemente de quem ganhe, o momento, o lugar são mágicos!
Uma coisa que aprendi é ser humilde… E aqui, vendo esses monstros sagrados a poucos metros de distância, ouvindo os seus gritos, e até a respiração, e os impropérios (porque, por incrível que pareça, eles erram…), uma constatação se mostra evidente: eles chegam ao nível da perfeição!
A bola cruza a quadra a 200 km/h, isso é, em 1 segundo, a bola sai da raquete e chega do outro lado da quadra: se a bola vai na direção do outro jogador, ele rebate; mas se ele não estiver ali, ele tem 1 segundo para se deslocar 6 ou 8 metros, armar o golpe e fazer o movimento…
E eles conseguem!
E ainda trocam várias bolas no mesmo ritmo, lá e cá, cá e lá! Fala sério, sai de baixo! E outras expressões menos polidas!
Aí a gente entende o que é técnica, empenho, apuro, competência, garra, criatividade, ousadia, competitividade, e o lance perfeito, acabado, bem sucedido, tem uma plasticidade que beira o êxtase, o delírio!
Chega! Vou dormir, isto é, tentar, porque a retina está impregnada desses lances, inclusive os da Martina Hings e da Safarova (que eliminou a Sharapova; sabe lá o que é isso?).
A demain!