A Somália, destruída por uma guerra civil desde 1991, corre o risco de uma catástrofe alimentar devido à ausência de chuva, à intensificação do conflito e à diminuição de ajuda, alertaram ontem (7) organizações humanitárias.
Mais de 50 mil crianças com desnutrição grave estão à beira da morte, informou uma liga de 22 organizações humanitárias internacionais e somalis, ressaltando que cerca de três milhões de pessoas estão em situação de crise humanitária, entre as quais mais de um milhão tiveram que abandonar as suas casas.
“Se não agirmos agora, corremos o risco de a crise atual se transformar em uma catástrofe”, disse o representante do Comitê de Oxford de Combate à Fome (Oxfam, sigla em inglês), Ed Pomfret, assinalando que este é o segundo ano sem chuvas na Somália.
Cerca de 260 mil pessoas, metade das quais crianças, morreram de fome entre 2011 e 2012 no país, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que reconheceu que os sinais de alerta, visíveis nos últimos dois anos, não resultaram em uma resposta suficiente.
“A situação é alarmante e as pessoas perdem a esperança”, disse o representante da organização não governamental (ONG) somali, Wasda, Bashir Hashi, que trabalha em algumas das regiões mais afetadas do Sul do país, área tradicionalmente fértil e considerada o celeiro do território.
As áreas mais afetadas são Basse e Moyenne-Shabelle, no Norte da Somália, palco de combates entre os radicais islâmicos do Al Shebab e os soldados da União Africana (UA). A fome também é grande na região autônoma da Puntlândia, a Nordeste da Somália, e que forma a ponta do Chifre da África.
Ed Pomfret disse que os apelos de fundos só registraram uma resposta equivalente a 12% do necessário e que estão em falta R$ 1,8 bilhão.
Esse conteúdo foi originalmente publicado no Portal EBC