Sobrevivente da perseguição nazista fala sobre experiência de quase-morte

10/10/2015 16:28 Atualizado: 10/10/2015 16:28

A saúde de Tienke Klein permaneceu delicada depois de ser libertada de um campo de concentração nazista. Depois de uma longa recuperação do trauma que tinha sofrido, ela finalmente chegou ao ponto de não ter que visitar o seu médico regularmente. Em seguida, foi atropelada por um carro enquanto andava de bicicleta.

A experiência a libertou do campo de concentração que, analisado de diferentes pontos de vista, nunca havia deixado.

Klein descreveu sua reação em um vídeo publicado no NDE videos.com (site para compartilhar experiências de quase-morte). Estava zangada com Deus, ela disse. Havia finalmente terminado o tratamento médico e, bam, em um instante, poderia perder sua vida por causa da raiva que sentiu em relação a alguém que estava dirigindo na estrada.

“De repente, fui expulsa do meu corpo e aquela raiva passou instantaneamente”, disse ela. Surgiu um resplendor de luz e senti uma energia que permeava tudo, inclusive eu. “Eu era toda aquela energia”, disse ela, acrescentando: “Eu era amor, sabedoria, dinamismo”.

De imediato, ela obteve respostas a todas as suas perguntas. “Eu estava tão feliz … tão incrivelmente feliz.”

“Por toda a minha vida, sempre me faltou energia, porque meu corpo sofreu muitos prejuízos no campo de concentração, mas ali eu me sentia maravilhosa e saudável novamente”, disse ela. “Eu não estava morta, mas tampouco estava em meu corpo.”

Ela recebeu duas mensagens claras. Uma delas era: as pessoas amam tanto quanto são capazes. E a outra: “Não há necessidade de ir a qualquer lugar.”

Quando ela recobrou a consciência, ainda lembrava de sua experiência. Ela se sentiu sozinha quando percebeu que as coisas que as pessoas falavam ao seu redor, não tinham substância, em comparação com a verdade profunda que havia experimentado. Foi então que ela se lembrou da primeira mensagem: “As pessoas amam tanto quanto são capazes.” Ela esperava mais delas, o que a desapontou.

A segunda mensagem a fez perceber que, seja na rua, em casa, ou em um campo de prisioneiros, ela pode se sentir livre. Ela tinha visto sua vida passar em um instante durante sua experiência de quase-morte (EQM), fenômeno comum para as pessoas que relatam já terem passado por essa situação.

“Eu percebi que, embora tivesse deixado a prisão, eu ainda estava tentando sair de lá”, disse. Ela tinha desenvolvido a obsessão em superar limitações.

Leia também:
Expert fala sobre evidências de reencarnação e vidas passadas
Semelhanças entre a antiga ciência chinesa e a física moderna
Camada atômica do corpo pode representar imortalidade, segundo médicos

“Eu não preciso ir a lugar nenhum para obter a minha liberdade”, disse ela. “A razão sempre está acima de todos os traumas. E ninguém pode remover a razão da alma.”

Uma das pesquisadoras mais influentes das EQM, Elisabeth Kubler-Ross, sentiu-se motivada a estudar a morte e as EQM depois de uma viagem a um campo de concentração em 1945.

Ela visitou o campo de concentração “Majdanek”, nos arredores de Lublin, Polônia, após a sua libertação e após conversar com uma jovem que havia decidido perdoar Hitler, antes de sair do acampamento. Ela não queria espalhar raiva e ódio ao falar sobre as coisas terríveis que tinha visto. Esta mulher falou a Kubler-Ross: “Todos temos dentro de nós um pouco do mal que cria essas atrocidades.” Ela disse que o importante é “expulsar Hitler” de dentro de nós.

O significado dessas palavras representa a experiência de Kubler-Ross com a morte. Em seu caminho de volta para casa na Suíça, ela se sentiu muito doente e desmaiou em uma floresta, descobrindo-se três dias depois com febre tifoide. Ela percebeu que tinha passado tanto tempo com fome e sem comida, que poderia até mesmo roubar o alimento de uma criança se tivesse tido a oportunidade. Ela viu o mal dentro de si mesma.

Ela se deu conta de que algo profundo acontece próximo da morte. Sua pesquisa levou-a a ouvir muitas histórias incríveis e profundas de EQM.

Muitos retornam com problemas emocionais e espirituais solucionados, e com um maior sentido de propósito. Para muitos, as EQM confirmam a existência de uma outra vida e de uma natureza compassiva nesse outro reino.

Sobrevivente de um campo de concentração, o famoso psiquiatra Viktor Frankl é muito citado em documentos sobre EQM, por seu enfoque na busca humana de significado e compreensão de que o amor é uma parte integrante desse significado.

Frankl escreveu sobre suas experiências nos campos de concentração para prisioneiros em 1973, em seu livro “O Médico e a Alma”: “Ele próprio não consegue entender como foi capaz de sobreviver na prisão. Desde então, ele desfruta da preciosa sensação de que depois de tudo o que viveu e sofreu, não há mais nada no mundo que ele possa temer… Como resultado dessa experiência no campo de concentração, muitos prisioneiros aprenderam novamente a acreditar em Deus.”

Klein disse que todas as ideias para as quais se iluminou durante sua EQM às vezes desaparecem em sua vida diária. Mas ela se lembra de como aprendeu a se sentir livre e a aceitar os outros, independentemente do amor que eles são capazes de dar … Nestes momentos de clareza, ela dá um passo para trás, para fora da névoa, para receber a luz.