Na noite de 31 de maio, o ativista Fang Zheng, que teve ambas as pernas esmagadas por um tanque de guerra na ocasião do massacre do regime comunista chinês aos estudantes que protestavam na Praça da Paz Celestial em Pequim, desembarcou com sucesso em Hong Kong. Ele participará do evento anual em memória às vítimas do massacre no parque Victoria em Hong Kong.
Em entrevista ao jornal Apple Daily, Fang revelou que insistiu em portar o passaporte chinês, e que havia se preparado para o pior cenário: sua extradição pelo governo de Hong Kong; no entanto, sua chegada não enfrentou interferências. De volta ao território chinês, Fang demonstrou muita emoção em participar pela primeira vez do evento, e afirmou que tinha conhecimento desse evento desde quando estava na China continental, e que sempre desejou estar presente nele. Fang disse que sempre se emocionou muito ao ver pela mídia as velas acesas no parque Victoria, e que se decepcionaria bastante se até Hong Kong ignorasse o trágico episódio.
Fang lamenta que muitos da geração mais jovem desconheçam a verdade sobre o massacre, e fica decepcionado com os que são manipulados com más intenções. Ele disse: “Eu sou uma prova viva: Os tanques nos perseguiam por trás. A história não pode ser encoberta, e a verdade não pode se dissipar.” Fang conta que presenciou de perto o extermínio do “Exército da Libertação” comunista, e convive constantemente com o trauma pelas duas pernas perdidas por causa de um tanque de guerra.
Fang Zheng nasceu em 1966, cursava o quarto período do curso de educação física na universidade de Pequim. Em 4 de junho de 1989, aproximadamente às 6 horas, Fang foi atingido por trás por um tanque de guerra, sofrendo graves ferimentos. Após sair do perigo de vida e voltar à faculdade, a instituição não queria que ele alegasse ter sido atacado por um tanque, mas Fang não cedeu. Até 2009, quando deixou a China, Fang estava na “lista negra” do departamento de segurança do Partido Comunista Chinês, por “não cooperar” com o regime, razão de ele ter sido detido, interrogado e constantemente vigiado. Em 26 de fevereiro de 2009, Fang migrou com sua esposa e filha para São Francisco, EUA, com a ajuda de uma organização de caridade chamada “China humanitária”.