Sob o reino oceânico (Parte 4)

21/09/2012 15:00 Atualizado: 06/08/2013 18:20
Mamíferos marinhos como o golfinho usam ecolocalização para navegar. (John Christopher Fine)

Os estudos colocaram as orcas ou baleias assassinas ao nível dos humanos, no que concerne a inteligência superior, da mesma forma que se verifica nos babuínos maiores. O golfinho é menor, mas também é dotado de quase a mesma inteligência.

Os mamíferos marinhos são animais sociais. A sua vida em grupo está bem organizada. Possuem a localização por ecos para navegar e encontrar comida. A localização por ecos dos golfinhos é de tal forma precisa que conseguem distinguir peixes, mesmo em água sem qualquer visibilidade. O golfinho e a orca emitem sons de tons altos. As ondas sonoras atingem o objeto e são refletidas. O cérebro do mamífero marinho interpreta o sinal.

Os humanos só descobriram o radar na 2ª Grande Guerra. Funciona da mesma forma. Um dispositivo envia ondas sonoras de tons altos para o oceano. Quando as ondas atingem um objeto, como um submarino, são refletidas e interpretadas pelo operador do radar.

Desde o início da humanidade até à 2ª Grande Guerra, a invenção fugiu das nossas mãos. Os golfinhos e as baleias estão equipados com isso desde sempre. E por isso mesmo os testes de ondas sonoras de tons altos nos oceanos têm perturbados os mamíferos marinhos, provocado a sua morte ao se dirigirem deseorientados em praias na costa.

Para o nosso deleite, são capturados e colocados em tanques. Se ensina truques de circos às orcas, a algumas baleias e aos golfinhos para divertirem audiências que pagam a entrada. Por todo o lado, estão em vias de extinção, devido às atividades do homem. Algumas estimativas apontam para a sua extinção total antes de podermos sequer compreendê-los e apreciar o seu papel na natureza.

Os visitantes do reino dos oceanos regressam enriquecidos. As rochas lunares poderão ser usadas como brindes por algum presidente, mas não têm vida. Além disso, o custo da sua obtenção drenou os bens básicos da humanidade. Somos aprendizes de feiticeiro numa grande escala que ajusta a natureza para satisfazer a nossa avareza.

Parece que foi há muito tempo que JúlioVerne escreveu a sua obra clássica numa vila no sul de França, em frente a uma velho porto de pesca, próximo a Toulon. É, tal como afirmou, à superfície do oceano que o poder do homem é esmagado. É onde o nosso fascínio começa.

O Dr. John Christopher Fine é um biólogo marinho e especialista nos assuntos marinhos. Seu trabalho chamou atenção à contaminação dos oceanos com lixo tóxico. É um instrutor de mergulho profissional e formador de instrutores. Muitos dos seus 24 livros publicados são referência obrigatória na área.

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