Sob aplausos da presidente Cristina Kirchner, emissora pró-Kremlin chega à Argentina

13/10/2014 07:00 Atualizado: 12/10/2014 22:36

O presidente russo Vladimir Putin pode estar cada vez mais isolado devido às sanções contra a Rússia em resposta à invasão da Ucrânia, mas em alguns países seu regime ainda é bem-vindo.

A Argentina de Cristina Kirchner é um deles, como demonstrou na quinta-feira (9) o lançamento do serviço em espanhol do canal estatal russo RT (Russia Today).

O anúncio foi feito com pompa, por meio de uma videoconferência entre Cristina Kirchner e Putin. A mandatária disse que o canal “vai aprofundar os laços de amizade, o conhecimento e irmandade entre a Argentina e a Federação Russa” e permitir que “todos os argentinos possam conhecer a verdadeira Rússia e todos os russos possam conhecer a verdadeira Argentina, não a que nos querem mostrar alguns meios internacionais e nacionais”.

“Precisamos ter acesso direto à informação, sem intermediários que queiram nos mostrar as coisas de maneira diferente”, acrescentou. Putin, que comanda um regime no qual a oposição política é sufocada e a imprensa, controlada, também não economizou no cinismo ao afirmar que o “direito à informação é tão inalienável como os mais importantes direitos humanos”.

“O desenvolvimento veloz dos meios de comunicação eletrônicos permitem também manipular a consciência social. As guerras da informação, com tentativas de atores internacionais de estabelecer o monopólio da verdade, caracterizam o tempo atual”, disse: “Nestas condições, são especialmente reclamadas fontes de informação alternativas”.

Cristina Kirchner e Putin não especificaram qual a “verdadeira Rússia” que vai aparecer na programação da RT, que transmite uma mistura de noticiários, talk shows e documentários e possui ainda serviços em inglês e árabe.

A RT é distribuída em mais de 100 países, entre eles nações da Europa e dos Estados Unidos, por meio da TV a cabo, onde é incluída, graças ao dinheiro do Kremlin, em pacotes básicos de assinatura.

Na Argentina, o canal vai ser transmitido por meio da Television Digital Abierta, um sistema de transmissão gratuito criado pelo governo em 2010. O sistema conta com 82 estações digitais de transmissão pelo país e concorre com as operadoras de TV a cabo privadas, entre elas empresas que fazem oposição à Casa Rosada.

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Editado pelo Epoch Times