O presidente russo Vladimir Putin pode estar cada vez mais isolado devido às sanções contra a Rússia em resposta à invasão da Ucrânia, mas em alguns países seu regime ainda é bem-vindo.
A Argentina de Cristina Kirchner é um deles, como demonstrou na quinta-feira (9) o lançamento do serviço em espanhol do canal estatal russo RT (Russia Today).
O anúncio foi feito com pompa, por meio de uma videoconferência entre Cristina Kirchner e Putin. A mandatária disse que o canal “vai aprofundar os laços de amizade, o conhecimento e irmandade entre a Argentina e a Federação Russa” e permitir que “todos os argentinos possam conhecer a verdadeira Rússia e todos os russos possam conhecer a verdadeira Argentina, não a que nos querem mostrar alguns meios internacionais e nacionais”.
“Precisamos ter acesso direto à informação, sem intermediários que queiram nos mostrar as coisas de maneira diferente”, acrescentou. Putin, que comanda um regime no qual a oposição política é sufocada e a imprensa, controlada, também não economizou no cinismo ao afirmar que o “direito à informação é tão inalienável como os mais importantes direitos humanos”.
“O desenvolvimento veloz dos meios de comunicação eletrônicos permitem também manipular a consciência social. As guerras da informação, com tentativas de atores internacionais de estabelecer o monopólio da verdade, caracterizam o tempo atual”, disse: “Nestas condições, são especialmente reclamadas fontes de informação alternativas”.
Cristina Kirchner e Putin não especificaram qual a “verdadeira Rússia” que vai aparecer na programação da RT, que transmite uma mistura de noticiários, talk shows e documentários e possui ainda serviços em inglês e árabe.
A RT é distribuída em mais de 100 países, entre eles nações da Europa e dos Estados Unidos, por meio da TV a cabo, onde é incluída, graças ao dinheiro do Kremlin, em pacotes básicos de assinatura.
Na Argentina, o canal vai ser transmitido por meio da Television Digital Abierta, um sistema de transmissão gratuito criado pelo governo em 2010. O sistema conta com 82 estações digitais de transmissão pelo país e concorre com as operadoras de TV a cabo privadas, entre elas empresas que fazem oposição à Casa Rosada.
Editado pelo Epoch Times