Sistemas educativos tradicionais e novas tecnologias: grande dilema do século 21

13/02/2013 20:42 Atualizado: 13/02/2013 20:42
Estudantes nicaraguenses ao redor de um laptop no estádio municipal da Ilha de Ometepe, ao sul de Managua, Nicaragua, em 29 de fevereiro de 2011 (Elmer Martinez/AFP/Getty Images)

A rede de livrarias Barnes & Noble, a maior dos EUA, anunciou em 28 de janeiro em Nova York que planeja fechar um terço de suas lojas em dez anos devido ao declínio de 2% no valor de suas ações. Isto é causado pela grande queda na venda de livros físicos, que está agora sendo ultrapassada pela venda de livros digitais.

Atualmente, a Barnes & Noble opera 689 livrarias e mantém uma cadeia separada de 674 pontos de venda em campus universitários. Ela é a única grande cadeia de livrarias que permanece nos EUA após sua rival Borders fechar em 2011, vítima do aumento das vendas pela internet e do surgimento do livro eletrônico, o que gerou grande queda nas vendas em livrarias tradicionais.

No mundo atual, as pessoas querem tudo rápido, desde conforto até atender suas necessidades, acrescente-se a isso que muitas empresas ficaram para trás no uso das tecnologias de informação e comunicação, razões que têm influenciado o declínio e o fracasso de algumas empresas multinacionais.

Por outro lado, enquanto a venda de livros digitais substitui a de livros físicos, nas escolas de todos os países ainda perduram os sistemas tradicionais de ensino.

No relatório da UNESCO, “Acompanhamento dos progressos em relação à educação de qualidade para todos na América Latina e no Caribe”, mostra-se que na região uma média de 36% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental ainda não alcançaram os níveis básicos de compreensão da leitura. No 6º ano há uma média de 23,3% que ainda não satisfazem a leitura mínima que corresponderia a este nível educativo.

Segundo estatísticas do estudo, na América Latina e Caribe, apenas 1,1% dos alunos avaliados atingiram níveis superiores de leitura, enquanto 48,4% não chegaram ao Nível II.

Em Matemática os resultados são ainda piores, 62% dos alunos não atingiram o Nível II; e em Ciências, 51,8% dos alunos não vão além do Nível I. Apenas 0,9% atingiram os Níveis V e VI.

Esta realidade evidencia que a distribuição do conhecimento escolar das populações tende a reproduzir as mesmas desigualdades que surgem quando se examina a distribuição de renda e antecedentes familiares. A única exceção na região é Cuba, que mostra bons resultados em seus níveis de educação.

No entanto, os eventos que agitam o mundo nestes aspectos, o desaparecimento dos livros físicos substituídos por livros digitais e os maus resultados nos fundamentos acadêmicos dos estudantes que se formam nos sistemas tradicionais de ensino, indicam que é urgente maiores esforços políticos e institucionais e um programa que ofereça educação de qualidade, capaz de proporcionar aos alunos conhecimentos e habilidades para melhorarem suas vidas significativamente em termos humanos e materiais nesta nova era da tecnologia.

Kelvin Mártir Cuevas é bacharel em Relações Internacionais e presidente da Fundação para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento Integral dos Povos da América Latina e do Caribe (FUNCDIALC-PEOPLE).

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