Síria troca 2.130 prisioneiros por 48 cativos iranianos

10/01/2013 09:01 Atualizado: 10/01/2013 09:01
Maior troca no conflito até o momento
Um iraniano mantido refém de rebeldes sírios desde agosto chega com outros ex-cativos num hotel em Damasco, Síria, após serem soltos numa troca de prisioneiros em 9 de janeiro (Louai Beshara/AFP/Getty Images)

O governo sírio libertou 2.130 rebeldes presos na quarta-feira em troca de 48 iranianos que tinham sido identificados como aliados do governo e foram capturados pelas forças rebeldes em Damasco, informou uma organização não-governamental turca.

A Fundação Ajuda Humanitária (FAH), que participou do processo de negociação, informou que 76 mulheres e várias crianças estavam entre os prisioneiros libertados pelo governo. As forças do presidente sírio Bashar al-Assad também mantinham quatro cidadãos turcos cativos, dois dos quais foram libertados, disse Bulent Yildirim, presidente do FAH, à mídia turca Anadolu na quarta-feira.

“Estamos indo agora para uma área onde outros prisioneiros seriam libertados”, disse Yildirim. “Criamos um centro de operação aqui sob o controle da FAH. As conversações continuam sob a mediação da Turquia e do Qatar. A troca de prisioneiros começou em vários locais de Damasco na quarta-feira.”

A troca de prisioneiros na quarta-feira foi a maior desde o início da guerra que já dura 21 meses.

Os iranianos foram capturados na capital síria de Damasco em agosto passado por grupos rebeldes, que alegaram que eles pertenciam a Guarda Revolucionária do Irã, informou a Al-Jazeera. O Irã, que é um dos principais aliados da Síria, disse que os cativos eram apenas peregrinos visitando um santuário xiita muçulmano.

Rebeldes sírios mostraram vídeos com os documentos de identificação militar dos iranianos, que eles disseram estarem com os iranianos que eles apreenderam.

As notícias da troca dominaram os websites de notícias iranianos na quarta-feira.

A Fars, uma agência de notícias semioficial iraniana, disse que os iranianos, que ela também descreveu como “peregrinos”, foram “sequestrados por terroristas na Síria”. A agência reiterou as alegações de que eles estavam viajando do aeroporto de Damasco para o santuário de Hazrat Zainab.

Louai al Miqdad, um porta-voz do Exército Sírio Livre dos rebeldes, disse que a troca de prisioneiros foi uma grande vitória para os rebeldes.

“É uma grande vitória para nós. É uma grande vitória para a revolução. E é uma grande vitória para o povo sírio”, disse Miqdad à CNN.

“O que fazemos hoje é uma grande vitória para o Exército Sírio Livre”, acrescentou ele. “Isso mostra ao mundo que Bashar al-Assad só entende a linguagem da força. Hoje, nós os libertamos por nossas mãos.”

Yildirim disse que os prisioneiros estavam em más condições no momento da libertação pelas autoridades sírias.

“O cativeiro é uma coisa severa”, disse ele ao New York Times. “Eu vi jovens mulheres chorando, várias pessoas perderam muito peso e havia também muitas pessoas doentes.”

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