Grupos de oposição da Síria pediram que o Conselho de Segurança da ONU realize novas sanções contra Damasco após o que pode ter sido o pior massacre desde que o levante começou.
O Conselho Nacional da Síria (CNS) apelou aos governos para adotarem uma resolução vinculativa aos termos do Capítulo VII da Carta da ONU, que permite sanções econômicas e intervenção militar contra governos considerados uma ameaça à paz.
“Esperamos que os membros do Conselho de Segurança assumam total responsabilidade para protegerem sírios indefesos contra esses crimes vergonhosos”, disse o SNC, conforme citado pela AFP.
O apelo vem após militares sírios supostamente matarem mais de 200 pessoas na quinta-feira.
“Mais de 220 pessoas caíram hoje em Treimsa [ou Tremseh]”, disse o Conselho da Liderança Revolucionária de Hama à Reuters. “Eles morreram devido ao bombardeio de tanques e helicópteros, bombardeios de artilharia e execuções sumárias.”
Desde que a violência antigoverno eclodiu em março do ano passado, mais de 17 mil pessoas foram mortas. Acredita-se que a maior parte das vítimas tenha sido civis.
Um acordo de paz foi negociado em março por Kofi Annan, o enviado da ONU-Liga Árabe para a Síria. O evento foi em grande parte ignorado pelo governo sírio. Num comunicado na quinta-feira, a Irmandade Muçulmana da Síria, ela própria uma parte do CNS, disse que Annan tem uma parcela de culpa por agir muito suavemente.
“Nós não consideramos o monstro Bashar como sendo o único responsável por este crime hediondo […] mas (também) Kofi Annan, os russos, os iranianos e todos os países que pretendem ser guardiães da paz e da estabilidade no mundo, mas que permanecem em silêncio”, disse a Irmandade, segundo a AFP.