As regiões controladas pelo regime sírio preparam-se para reeleger terça-feira (3) Bashar Al Assad, em eleições presidenciais que ocorrerão em um país devastado por mais de três anos de guerra e perante uma comunidade internacional muito dividida.
Confrontado com dois concorrentes tolerados pelo regime, o deputado independente Maher Al Hajjar, e o empresário Hassan Al Nouri, o presidente Bashar Al Assad deverá garantir uma votação confortável nas regiões controladas pelo Exército, principalmente no Oeste do país.
Nenhum candidato da oposição se apresentou, teoricamente, para a primeira votação presidencial há mais de 50 anos na Síria, na sequência do golpe de Estado de 1963. À semelhança de seu pai, Hafez Al Assad, que dirigiu o país com mão de ferro entre 1970 e 2000, Bashar também foi designado por referendo.
A oposição síria, muito fragmentada, definiu o escrutínio como uma “farsa”, enquanto o poder impediu os seus dirigentes exilados de se apresentar, após estipular o apoio de 35 deputados para cada candidatura, em um Parlamento controlado pelo regime.
Todos os sírios com idade igual ou superior a 18 anos são convocados, incluindo os 7 milhões de deslocados pela guerra no interior do país, em um total de 15 milhões de potenciais eleitores. “As eleições vão ocorrer em todas as cidades sírias, à exceção de Raqa”, totalmente controlada pelos jihadistas ultrarradicais do Estado Islâmico do Iraque e do Levante.