Agências das Nações Unidas pediram nesta terça-feira (27) que os países vizinhos da Síria mantenham as fronteiras abertas em meio ao êxodo crescente provocado pelo conflito.
“A Síria poderá estar à beira de um abismo. Esta guerra resultou em uma calamidade humanitária sem paralelo na história recente”, disse o chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), António Guterres. “Quando a guerra varre uma nação, não pode haver nada mais importante para seu povo do que a abertura das fronteiras.”
Guterres e a diretora executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Ertharin Cousin, estão em Bagdá, no Iraque, país que abriga 200 mil refugiados sírios.
Os representantes das Nações Unidas observaram que a presença de milhares de refugiados cria uma enorme tensão nas comunidades e se comprometeram a engajar ativamente os atores do desenvolvimento para ajudar as comunidades de acolhimento no reforço da infraestrutura.
Os chefes das agências da ONU pediram que os doadores aumentem os fundos para ajudar os refugiados sírios no Iraque ao mesmo tempo em que as necessidades aumentam. Nas últimas duas semanas, mais de 44 mil sírios cruzaram a fronteira para o Curdistão iraquiano.
A ONU saudou o anúncio do Governo do Iraque, que vai doar 10 milhões de dólares ao ACNUR para ajudar os refugiados no país.
Desde o levante contra o presidente Bashar Al-Assad em março de 2011, cerca de 100 mil pessoas foram mortas, quase 2 milhões fugiram para países vizinhos e mais de 4 milhões foram deslocadas internamente. Pelo menos 6,8 milhões de sírios necessitam de assistência humanitária urgente, metade crianças.
Esta matéria foi originalmente publicada pela ONU Brasil