No período das Dinastias do Sul e do Norte, a lenda do Dia da Humanidade era considerada uma das celebrações mais importantes da China. Infelizmente, esta tradição profunda e significativa foi esquecida na China de hoje, embora esta tradição continue no Japão.
Origem do Dia da Humanidade
Na Dinastia Han, observar o Dia da Humanidade se tornou parte das tradições do Ano Novo Chinês, e foi posto no 7º dia de janeiro. “O Livro da Divinação” diz: “O 1º dia é das aves, o 2º dos cães, o 3º dos porcos, o 4º das ovelhas, o 5º dos bois, o 6º dos cavalos e o 7º dos seres humanos.”
Depois das dinastias Wei e Jin, uma nova lenda surgiu a respeito Dia da Humanidade. Segundo a mitologia chinesa, a deusa Nu Wa usou argila para criar os seres humanos neste dia, por isso, os seres humanos consideram o sete de janeiro como seu aniversário.
Nu Wa veio a ser conhecida como a Deusa da Criação e Deusa-Mestre. Como uma deusa todo-poderosa, ela é capaz de criar e transformar toda a matéria; e criou um grupo de pessoas modelando-as segundo sua própria aparência. Desta forma, a terra foi rapidamente ocupada pela humanidade.
Nu Wa também estabeleceu o sistema de casamento, de modo que os seres humanos pudessem perpetuar as linhagens familiares. Por isso, ela foi a primeira casamenteira da China e mais tarde se tornou padroeira do casamento. Casais casados sem filhos oravam a Nu Wa por descendentes. Assim, Nu Wa não era apenas a deusa do casamento, mas também a deusa da maternidade.
Mais tarde, Nu Wa derreteu pedras para reparar o céu partido, salvando a humanidade da extinção no processo. Por isso, ela também é adorada como uma Deusa Protetora dos seres humanos. Os antigos acreditavam que o 7º dia do primeiro mês seria melhor se fosse um dia de ensolarado, simbolizando a longevidade e a prosperidade, bem como a harmonia do mundo.
Dongfang Shuo da Dinastia Han escreveu “O Livro de Divinação”, no qual explicou: “No sétimo dia, que é o da humanidade, o bom tempo do amanhecer ao anoitecer e uma noite de luar brilhante com estrelas visíveis (é o mais desejável) e sinaliza segurança para as pessoas. O monarca e seus oficiais estão unidos em harmonia.”
No entanto, se o 7º dia fosse “de clima bastante frio, isso significaria doenças e enfraquecimento de saúde”. Todos os anos, as pessoas fariam uma série de figuras de papel, conectadas entre si, para homenagear a deusa que criou os seres humanos, pedindo a ela descendentes abundantes.
Sopa dos Sete Tesouros
A reprodução humana é muito importante para a humanidade, então as pessoas davam ênfase especial ao Festival do Dia da Humanidade, que se desdobrava em várias atividades.
No lado sul do rio Yangtzé, um dos costumes do Dia da Humanidade era preparar uma sopa sazonal com sete tipos de legumes. Em chinês, a pronúncia da palavra sopa, ‘geng’, é igual a da palavra chinesa para renovação ou recomeço, assim comer esta sopa tradicional simbolizava renovar a vida. Acredita-se também que a sopa ajudava a remover a influência do mal e a curar doenças.
Se o Dia de Ano Novo (Yuándàn) simboliza o reinício de tudo, o Dia da Humanidade representa o reavivar da chama da vida humana.
Vestimentas do Dia da Humanidade
Chineses antigos também usavam um traje especial, um cocar conhecido como Ren Sheng ou Cai Sheng. Começando na Dinastia Jin, as pessoas começaram a cortar papel em formas de flores e figuras humanas, ou a recortar formas humanas em folha de ouro para decorar biombos e usar nos cabelos.
O propósito de cortar formas humanas é representar a renovação espiritual dos seres humanos. Na verdade, o costume não visava apenas a fazer votos por reprodução, mas o mais importante, segunda cultura tradicional chinesa, é que as pessoas têm almas, que devem ser periodicamente renovadas.
Caminhadas no Dia da Humanidade
Até a Dinastia Tang, as pessoas escalavam em grupos no Dia da Humanidade, simbolizando a primeira excursão da primavera, após um longo inverno. Os eruditos antigos subiam altas montanhas, onde escreviam poesia e pintavam a paisagem.
O Dia da Humanidade é o aniversário do ser humano; e, para os chineses, é um dia para se mostrar gratidão à mãe da grande nação chinesa, que criou e protegeu a humanidade e garantiu seu crescimento e multiplicação.