Senado italiano aprova resolução sobre roubo de órgãos na China

08/03/2014 11:30 Atualizado: 08/03/2014 11:30

A Comissão de Direitos Humanos do Senado italiano aprovou uma resolução recentemente que declarou que o Partido Comunista Chinês tem extraído os órgãos de dezenas de milhares de prisioneiros, e pediu ao governo italiano que tome uma série de medidas contra isto.

A Comissão Extraordinária para a Proteção e Promoção dos Direitos Humanos, um comitê dentro do Senado italiano, ouviu em dezembro passado o depoimento do advogado canadense David Matas, que coescreveu um relatório e, posteriormente, um livro sobre a extração forçada de órgãos de praticantes do Falun Gong que ocorre na China.

A Comissão concluiu que, entre o grande número de transplantes de órgãos que têm sido realizados na China – muitas vezes em prazos de espera curtíssimos, que seriam impossíveis sem uma fonte de doadores vivos prontos para atender a demanda por qualquer órgão – muitos provêm de praticantes do Falun Gong.

Matas e seu coautor David Kilgour, um ex-parlamentar canadense e promotor da coroa, concluíram que mais de 40 mil órgãos foram extraídos de praticantes do Falun Gong entre 2000-2005. Outro pesquisador, Ethan Gutmann, que escreveu um livro sobre o assunto, The Slaughter: Mass Killings, Organ Harvesting, and China’s Secret Solution to Its Dissident Problem, diz que o número seria superior a 60 mil no período de 2000 a 2008. O Falun Gong é uma prática espiritual tradicional chinesa que tem sido perseguida pelo regime comunista chinês desde 1999.

Na resolução, a Comissão Extraordinária para a Proteção e Promoção dos Direitos Humanos urgiu o governo italiano a tomar uma série de medidas para combater este abuso e genocídio: (1) pedir ao governo chinês que liberte todos os prisioneiros de consciência, incluindo praticantes do Falun Gong; (2) reconsiderar os programas de treinamento para médicos chineses na Itália; (3) coletar informações por meio de canais diplomáticos e outros para obter uma visão abrangente de como a extração de órgãos e os transplantes funcionam na China; e (4) julgar, de acordo com as convenções internacionais, os indivíduos envolvidos no tráfico de órgãos.