Mais cedo do que se pensava, o ministro Joaquim Barbosa começa a fazer falta. Formalmente, ainda não tramitaram os papéis de sua aposentadoria, mas ele já está fora da presidência do Supremo Tribunal Federal. Como também, meses atrás, despediu-se do Tribunal Superior Eleitoral. É uma pena, porque se estivesse no exercício de suas funções, para ele se voltariam as expectativas de quantos pretendem interromper a marcha dos corruptos no processo eleitoral.
Explica-se: caberá à Justiça Eleitoral decidir sobre a aplicação da Lei da Ficha Limpa para impedir que políticos corruptos concorram às eleições. São montes deles, a maioria agarrada ao artigo que exige condenação por um colegiado para a negativa de registro de candidatos. Não basta a sentença de um juiz singular, exige-se a confirmação na segunda instância.
Como agirão o TSE e os tribunais eleitorais estaduais? Abrirão o registro para notórios vigaristas, por faltar-lhes uma segunda condenação, ou encontrarão nos meandros da legislação mecanismos capazes de afastar os corruptos das urnas? Nessa hora é que Joaquim Barbosa faz falta.
É bom ir com calma
No primeiro dia de campanhas liberadas, domingo, os candidatos presidenciais, com todo o respeito, estavam na ponta dos cascos, como se falava nos tempos em que o turfe era popular. Justifica-se, pelo início formal da carreira. Aécio Neves não poupou Dilma Rousseff e agrediu Eduardo Campos. Este não ficou atrás, e a própria presidente, mesmo sem ir para a rua, bateu firme nos adversários, em mensagem televisiva.
A gente fica pensando se o processo desenvolver-se como começou, ou seja, no estilo bola de neve descendo a ladeira. Seria bom tomar cuidado, pois campanhas eleitorais são como coceira: basta começar para não parar. Especialmente porque o eleitorado, ao contrário das primeiras impressões, rejeita o baixo nível. É bom ir com calma.
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