Seis invenções ancestrais que desafiam o conhecimento atual

29/12/2014 17:22 Atualizado: 29/12/2014 17:22

O universo é cheio de mistérios que desafiam o nosso conhecimento atual. Em “Além da Ciência”, o Epoch Times coleta histórias sobre alguns estranhos fenômenos para estimular a imaginação e abrir a mente para novas possibilidades. Elas são reais? Você decide.

A humanidade esqueceu o segredo de algumas das invenções mais úteis da história. E apesar de toda a nossa criatividade e inovações, os nossos antepassados de milhares de anos atrás ainda são capazes de nos impressionar com sua engenhosidade e suas descobertas. Nós conseguimos desenvolver o equivalente moderno de algumas dessas invenções, mas isso só veio a acontecer muito recentemente.

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1. Fogo grego: A misteriosa arma química

Imagem de um manuscrito, as Madrid Skylitzes, mostrando o fogo grego utilizado contra a frota do rebelde Thomas, o Eslavo. Acima do navio lê-se,"a frota dos romanos incendiando a frota inimiga" (Wikimedia Commons)
Imagem de um manuscrito, as Madrid Skylitzes, mostrando o fogo grego utilizado contra a frota do rebelde Thomas, o Eslavo. Acima do navio lê-se,”a frota dos romanos incendiando a frota inimiga” (Wikimedia Commons)

Os bizantinos, desde meados do séculos VII até o século XII, lançavam uma substância misteriosa contra seus inimigos em batalhas navais. Este líquido, lançado através de tubos ou sifões, queimava sobre a água e só poderia ser extinguido com vinagre, areia e urina. Nós ainda não sabemos do que esta arma química, conhecida como fogo grego, era constituída. Os bizantinos mantiveram o segredo guardado com muito zelo, garantindo que apenas um seleto grupo soubesse dele. Eventualmente, o conhecimento foi completamente perdido.

2. Vidro flexível: Uma substância muito preciosa

Os três registros antigos de uma substância conhecida como ‘vitrum flexile’, vidro flexível, não são claros o suficiente para determinar se este material realmente existiu. A história de sua invenção foi relatada pela primeira vez por Petronius (63 a.C).

Ele escreveu sobre um vidraçeiro que apresentou ao imperador Tiberius (que reinou entre 14-37 a.C) um recipiente de vidro. Ele pediu ao imperador que segurasse objeto e então, o vidraçeiro jogou-o no chão. O recipiente não se quebrou, só amassou, então o vidraçeiro martelou o objeto, dando de volta à ele, rapidamente, sua forma original. Temendo a desvalorização dos metais preciosos, Tiberius ordenou que o inventor fosse decapitado, assim o segredo do ‘vitrum flexile’ morreria com ele.

Estátua de mármore do Imperador Tiberius (37 a.C.) (Wikimedia Commons)
Estátua de mármore do Imperador Tiberius (37 a.C.) (Wikimedia Commons)

Plínio, o Velho (79 a.C), contou a mesma história. Ele disse que, embora a história fosse frequentemente relatada, pode não ser inteiramente verdadeira.

A versão contada algumas centenas de anos mais tarde por Dio Cassius transformou o vidraçeiro em uma espécie de mago. Quando o recipiente foi lançado contra o chão, ele estilhaçou-se, então o vidraçeiro consertou-o com suas próprias mãos.

Em 2012, a empresa de fabricação de vidro Corning apresentou o “Willow Glass”. Um produto resistente ao calor e flexível o suficiente para ser enrolado. Este material tem-se revelado especialmente útil na fabricação de painéis solares.

Caso o desafortunado vidraçeiro Romano tenha realmente inventado o vitrum flexile, aparentemente ele estava milhares de anos à frente de seu tempo.

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3. Um antídoto para todos os venenos

O chamado “antídoto universal”, eficiente contra todos os venenos, foi supostamente desenvolvido pelo Rei Mithridates VI de Pontus (que reinou 120-63 a.C) e aperfeiçoado pelo médico pessoal do imperador Nero. A fórmula original se perdeu, explica Adrienne Mayor, folclorista e historiadora de Ciência na Universidade de Stanford, em um artigo de 2008, intitulado “Fogo Grego, Flechas Venenosas e Bombas de Escorpião: Guerras Biológicas e Químicas no Mundo Antigo”. No entanto, historiadores afirmaram que, entre os ingredientes que compõem o antídoto, estava o ópio, pedaços de víboras, e uma combinação de pequenas doses de venenos e seus antídotos.

 

Uma representação do Rei Mithridates VI de Pontus (Wikimedia Commons)
Uma representação do Rei Mithridates VI de Pontus (Wikimedia Commons)

A substância valiosa era conhecida como Mithridatium, nome dado em homenagem ao Rei Mithridates VI.

Há ralatos de que Serguei Popov, um ex-pesquisador de armas biológicas do programa Biopreparat da União Soviética, que desertou para os Estados Unidos em 1992, estava tentando desenvolver uma versão moderna do Mithridatium.

4. Arma que emite raios de calor

 

Uma ilustração de como Archmedes pôs fogo nos navios Romanos, antes de Syracuse, com a ajuda de espelhos parabólicos (Wikimedia Commons)
Uma ilustração de como Archmedes pôs fogo nos navios Romanos, antes de Syracuse, com a ajuda de espelhos parabólicos (Wikimedia Commons)

O matemático grego Arquimedes (212 a.C.) desenvolveu uma arma que emite raios de calor, que desafiou as habilidades de construção e reprodução da equipe do programa televisivo “Caçadores de Mitos” do Discovery Channel, em 2004. A melhor descrição conhecida da arma se refere a um aparato construído com “fileiras de escudos de bronze polido, capaz de refletir os raios do sol contra os navios inimigos”.

Apesar dos “Caçadores de Mitos” não terem conseguido reproduzir esta antiga arma e terem a declarado um mito, alunos do MIT foram bem sucedidos em 2005. Eles queimaram um barco no porto de São Francisco utilizando a arma fabricada há 2200 anos.

A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA) revelou uma arma de raio de calor que usa microondas para penetrar “a pele das vítimas, aquecendo-as a 54° Celsius, criando a sensação de que se está em chamas”, explicou a Agência.

5. Concreto romano

Concreto com aproximadamente 2.000 anos de idade, em Roma (Xenores/Flickr)
Concreto com aproximadamente 2.000 anos de idade, em Roma (Xenores/Flickr)

As vastas estruturas romanas que duraram milhares de anos são testamentos das vantagens que o concreto romano tem sobre o concreto usado hoje em dia, que mostra sinais de degradação depois de 50 anos.

Os pesquisadores têm trabalhado nos últimos anos para descobrir o segredo da longevidade deste antigo concreto. O ingrediente secreto é cinza vulcânica.

Um artigo publicado em 2013 pelo Centro de Notícias Berkeley, da Universidade da Califórnia, anunciou que os pesquisadores da universidade descreveram pela primeira vez como o extraordinariamente estável composto de cálcio-alumínio-silicato hidratado (CASH) une o material. A produção deste concreto criaria menores taxas de emissão de dióxido de carbono do que o processo para a fabricação do concreto moderno. No entanto, o concreto romano possui algumas desvantagens, é necessário mais tempo para secar, e, embora ele dure mais tempo, é mais frágil do que o concreto moderno.

6. Aço damasco

Uma espada feita de Aço Damasco (NearEMPTiness/Wikimedia Commons)
Uma espada feita de Aço Damasco (NearEMPTiness/Wikimedia Commons)

Nos tempos medievais, espadas feitas de uma substância chamada aço damasco eram produzidas no Oriente Médio, a partir de uma matéria-prima, conhecida como aço wootz, oriunda da Ásia. Surpreendentemente forte, somente durante o período da Revolução Industrial um metal tão forte assim foi forjado novamente.

O segredo da criação do aço damasco, no Oriente Médio, só foi redescoberto sob uma inspeção feita com microscópios eletrônicos em laboratórios modernos. O metal foi usado pela primeira vez por volta do ano 300 a.C, e o conhecimento aparentemente desapareceu inexplicavelmente em meados do século 18.

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A nanotecnologia estava envolvida na produção do aço damasco, no sentido de que os materiais adicionados durante a produção do aço criavam reações químicas no nível quântico, explicou especialista em arqueologia K. Kris Hirst em um artigo escrito para o ‘About Education’. Era uma forma de alquimia.

Hirst citou um estudo feito por Peter Paufler na Universidade de Dresden e publicado na revista Nature em 2006. Paufler e sua equipe alegam a hipótese de que as propriedades naturais do material de origem asiática (o aço wootz), quando combinadas com materiais adicionados durante o processo de fabricação no Oriente Médio, causou uma reação: “O metal desenvolveu uma microestrutura chamado ‘nanotubos de carboneto’, tubos extremamente rígidos de carbono que se manifestam na superfície e criam a dureza da lâmina”, explicou Hirst.

Materiais adicionados durante a produção de aço damasco incluía casca de cassia auriculata, asclepias, vanádio, crômio, manganês, cobalto, níquel, e alguns elementos raros, que de acordo com seus traços, presumidamente vieram de minas Indianas.

Hirst escreveu: “O que aconteceu em meados do século 18 foi que a composição química da matéria-prima alterou-se – as quantidades mínimas de um ou mais dos minerais desapareceu, talvez porque a fonte especial tenha se exaurido.”